Equipe brasileira de patinação participa de Sul-Americano em junho
Convocadas pelo bom desempenho no Campeonato Brasileiro, seis patinadoras se preparam para competições internacionais de patinação
atualizado
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O mundo dos esportes abrange modalidades que, em boa parte, não estão dentro dos conhecidos esportes olímpicos. Mesmo assim, para serem praticados com auto rendimento, é necessário tempo de preparação, renúncias e dedicação.
Esse é o caso da equipe da técnica Bruna Santos. Treinadora de patinação de clubes e da Seleção Brasileira, ela prepara seus atletas agora para dois campeonatos importantes: o Campeonato Sul-Americano, na Argentina, e uma etapa da Copa do Mundo, no Paraguai.
Com seis patinadoras, Bruna conta que elas conseguiram vaga para as competições devido ao bom desempenho no Campeonato Brasileiro, realizado entre os dias 20 e 26 de março deste ano, em Balneário Camboriú (SC).
“Para as convocações para os Jogos Sul-Americanos, era necessário ficar entre as cinco primeiras colocações no Campeonato Brasileiro e ter uma nota técnica mínima para que pudesse ser aprovada para a convocação. A etapa da Copa do Mundo, no Paraguai, colocou o critério de ficar entre os três primeiros lugares e também ter um índice mínimo de nota técnica para participação. Entretanto, a Copa do Mundo tem um critério de índice mínimo um pouquinho maior e, apesar de muitos brasileiros terem ficado nas três primeiras posições, nem todos foram convocados pra participar dessa etapa”, explica ela.
Preparação das atletas
Depois do Brasileiro, as atletas tiveram uma semana de pausa, para “descansar a mente e o corpo”. Entretanto, uma vez que logo veio a convocação, voltaram aos trabalhos com novos objetivos e estratégias traçados.
Os treinamentos são diários, de três a quatro horas, e abrangem outras especialidades além do uso do patins.
“A gente tem um preparador físico especializado, que fica com toda a parte técnica, a parte de expressão corporal e facial e toda a parte de expressão artística que o nosso esporte exige. Ele também está sempre de acordo com os preventivos e tudo o que elas precisam para o corpo estar saudável, além de entrar um pouco na parte da performance porque algumas delas precisam ter não só uma composição corporal adequada mas algumas capacidades físicas mais apuradas, dependendo da modalidade que estão”, conta Bruna.
Segundo ela, o trabalho em conjunto tem funcionado bem. A treinadora é responsável majoritariamente pela parte técnica, mas a preparação não teria sido tão boa sem os outros profissionais na equipe.
Esse desenvolvimento também pede um olhar atento para as coreografias apresentadas. “Cada coreografia é bem pensada em um enredo e um contexto. A gente precisa conseguir unir toda a parte técnica, os acertos, a expressão artística e o que a atleta quer comunicar com a coreografia. Acho que essa é a parte mais difícil do trabalho”, descreve a treinadora.
Divulgação, reconhecimento e próximos passos
Apesar do tempo destinado para preparação, Bruna conta que a modalidade tem pouca divulgação no país, já que não está entre os esportes olímpicos. Dessa forma, os pais das atletas se responsabilizam por todo o apoio financeiro.
“Eu tenho um grupo de pais muito bem sintonizados, muito participativos e motivadores e eles têm usado todos os recursos deles para poder fazer com que a gente chegue em todos esses campeonatos”, conta ela.
Entretanto, de acordo com a técnica, o futuro é desafiador: “Essa é a parte mais difícil porque quanto mais você evolui no esporte, mais custo tem e mais profissionais são envolvidos. Então, quando limitamos os recursos, limitamos também a evolução”.
Para esses campeonatos, a equipe aguarda o retorno da Secretária de Esportes para custear as passagens. O restante dos gastos serão custeados pelos pais e responsáveis das atletas.
Mesmo com as dificuldades, o sentimento já é de vitória. Bruna conta que, com as classificações e convocações, sente que foi possível observar a evolução da sua equipe.
“Acho que é meu maior prêmio, porque a gente teve uma melhora muito grande de um campeonato para o outro e isso ficou visível. O reconhecimento da confederação com as convocações também foi incrível. Poder fazer parte da Seleção Brasileira e mostrar o meu trabalho pra América do Sul e paro mundo é uma alegria”, afirma.
Agora, apesar de as expectativas serem altas, pela equipe ter campeões nacionais em sua composição, a meta é ajustar alguns elementos técnicos para chegar no melhor potencial das atletas e fazer boas apresentações.
As competições também servirão para os futuros objetivos do grupo: com um bom índice na etapa da Copa do Mundo, elas conseguem ir para a final do campeonato na Alemanha, no final de julho.
Além disso, a segunda etapa do Campeonato Brasileiro acontece em agosto, na cidade de Indaial (SC), e será necessária uma boa colocação para se classificar para o Pan-Americano, em setembro, e para o Campeonato Mundial, em novembro.
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