Episódio de xenofobia marcou vitória na raça de Vivi Araújo no UFC
Lutadora de Brasília e equipe foram desrespeitados por treinador de adversária em evento no último sábado (14/5)
atualizado
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A importante e merecida vitória de brasiliense Vivi Araújo no UFC on Vegas 54 nesse sábado (14/5) infelizmente ficará marcada por um lamentável episódio de xenofobia.
Tony Kelley, um dos treinadores de Andrea Lee, adversária batida pela lutadora de Brasília no evento, emitiu falas de cunho xenofóbico direcionadas não só à Vivi e sua equipe, mas aos brasileiros.
“Isso é o que eles vão fazer, eles são brasileiros sujos, eles vão trapacear assim”, foi a ofensa de Tony Kelley, peso-galo do UFC, aos brasileiros e à lutadora do Distrito Federal.
Tony kelley a scum bag lol https://t.co/8k5qb8kOZO
— I told you im a fucking hitman (@BKSpiderMMA) May 15, 2022
O comentário aconteceu no intervalo do primeiro para o segundo round. O Metrópoles conversou com Daniel Evangelista, head coach de Vivi Araújo, que estava no corner da brasiliense. “Para falar a verdade, a gente nem ouviu isso no momento da luta, nosso pensamento era só em vencer. Só depois que ficamos sabendo. Mas é uma energia que querendo ou não pode voltar contra ele depois”, afirmou Evangelista.
No Twitter, Kelley criticou a “cultura do cancelamento” e disse que agiu no calor do momento. “A cultura do cancelamento é real. O que eu disse foi real e no calor da batalha e de forma alguma tinha qualquer tipo de conotação racista, mas se é assim que você entende, não me importo. Tanta gente se apressa em dizer racista. Essa mer** está ficando tão velha. Minha referência foi a uma dedada suja no olho”, se defendeu.
Cancel Culture is real. What I said was real and in the heat of battle, and in no way had any type of racist connotations meant…but if that’s the way you take it, idgaf. So many people quick to say racist..that shits getting so old. My reference was to a dirty eye poke.
— Tony Kelley (@TonyKelleyMMA) May 15, 2022
Na raça
A grande vitória de Vivi sobre a norte-americana foi marcada pela superioridade da brasiliense na luta de chão durante todo o combate. E pela resiliência da lutadora da Cerrado MMA após sofrer um soco cruzado e um chute de Lee, gerando um knockdown (quando o lutador cai após ser golpeado) ainda no primeiro round.
“Ali ela reagiu muito rápido. Depois do knockdown ela começou a dominar a luta. Com a queda a gente entendeu que ela perdeu o primeiro round. E depois nos outros dois rounds a gente tinha a estratégia de usar o Jiu-Jítsu. Foi a estratégia e ela seguiu mesmo depois do knockdown”, analisa Daniel.
A brasiliense foi superior nos rounds seguintes e venceu a luta. Se em sua última luta no UFC, Vivi acabou derrotada por decisão unânime para Katlyn Chookagian, dessa vez os juízes decidiram a favor, também de forma unânime.
Agora, a lutadora de Brasília, que ainda está nos Estados Unidos e deve retornar durante esta semana, somará pontos e deve ganhar posições no ranking peso-mosca feminino do evento. Assim, um embate contra uma integrante do Top-5 da categoria está na mira e pode estar no caminho da brasiliense na organização.