Empresa de Marin recebeu propina de R$ 4,9 milhões, dizem procuradores
Pagamentos teriam sido realizados em 2013 e serviam como contrapartida à venda de direitos de transmissão de torneios continentais
atualizado
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Os procuradores do julgamento do caso de corrupção na Fifa afirmaram nesta quinta-feira (7/12), em Nova York, que o ex-presidente da CBF José Maria Marin recebeu propinas de cerca de US$ 1,5 milhão (aproximadamente R$ 4,9 milhões) por uma empresa registrada no nome dele e de sua mulher, Neuza Marin. Os documentos que mostram as transferências foram apresentados pela primeira vez.
Os pagamentos foram realizados em 2013 e serviam como contrapartida à venda de direitos de transmissão de torneios continentais. Os procuradores mostraram o caminho do dinheiro até chegar à conta do dirigente brasileiro. Os repasses saíam de uma conta na Suíça da empresa FTP, offshore da companhia argentina Torneos Y Competencias (TyC), figura central na investigação. O destino era uma conta em Andorra em nome da Suport Travel, cujo dono é Wagner Abrahão, que presta serviços de logística para a CBF.
Esse valor de US$ 3 milhões é o mesmo registrado em uma das planilhas do ex-diretor da TyC, José Eladio Rodriguez. No documento em que anotava o repasse de propinas, o argentino colocou esse montante como endereçado a um destino identificado na contabilidade como “pagamento a brasileiro” e teria como propósito pagar propina pelos direitos de transmissão da Copa América.
Para comprovar que o ex-presidente da CBF usava a conta para fins particulares, os procuradores mostraram extratos bancários. Neles, há gastos no cartão de débitos em lojas de luxo em Paris, Las Vegas e Nova York em compras em grifes como Chanel, Hermes e Bottega Veneta.