Em meio à quarentena, gameterapia surge como opção na reabilitação física
Efeitos da técnica vão desde a melhora do humor até a distribuição de energia vital
atualizado
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Em meio ao período de distanciamento social, eventos de esportes eletrônicos são praticamente os únicos que mantiveram o calendário próximo da normalidade. Além disso, jogadores da NBA aproveitaram o maior tempo livre para se tornarem streamers e fazerem sucesso na internet. Utilizando o recurso dos jogos eletrônicos, a gameterapia visa ajudar na recuperação de pacientes fisioterápicos de forma mais lúdica e dinâmica.
Basicamente, as sessões da gameterapia, técnica criada no Canadá em 2006, recriam virtualmente situações que podem ser sentidas na vida real pelos pacientes. Assim, o processo de recuperação ortopédica e até mesmo de saúde mental ganha uma nova ferramenta.
Se engana quem pensa que a modalidade é restrita para crianças e jovens adultos. Pelo contrário, a gameterapia pode dar novos ânimos também para idosos.
“Todas as pessoas podem usufruir desse benefício, principalmente as pessoas mais idosas que tendem a perder os estímulos, força de vontade de viver, tristeza e depressão por se sentires inúteis. Ao praticar essas atividades é como se pessoa recuperasse a sua jovialidade. Na gameterapia ela sente que pode ainda muito mais e que está de volta a atuar na vida”, explica o psicoterapeuta Carlos Florêncio.
O profissional detalha ainda que os efeitos das sessões de gameterapia a médio e longo prazo são variados, e podem envolver vários aspectos, de físicos até psicológicos.
“São esperados uma melhora no estado de humor, motivação e disposição que contribui para a reabilitação no tratamento com muita mais rapidez. Ao utilizar do inconsciente, do cérebro para auxiliar a recuperação, digamos que é despertada a força interior, a vontade de viver, o que contribui para a reversão de doenças psicossomáticas. Os estímulos favorecem a distribuição da energia vital, melhora o discernimento, inteligência e ativa as capacidades sensórias, cognitivas e instintivas”, explica Florêncio.
Dificuldades
Florêncio, entretanto, destaca que a massificação da técnica ainda esbarra em algumas dificuldades. A principal delas é o custo para se ter acesso aos equipamentos adequados.
“É necessário ter os equipamentos ou criar as ambientações, fora isso e com o uso de óculos 3D e de jogos especificamente criados com finalidades e propósitos específicos, os objetivos são infindáveis. Tornar esse tipo de equipamento acessível financeiramente poderia servir não apenas para as sessões em clínicas, mas como práticas diárias e sem custos pelo paciente mesmo em sua casa”, conclui.