Em meio a polêmica, Verstappen quer abrir vantagem na Arábia Saudita
O tricampeão mundial conquistou a pole position inédita, mas o assunto do paddock é uma denúncia de assédio de uma funcionária da RBR
atualizado
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O tricampeão mundial de Fórmula 1, Max Verstappen, segue mostrando que vem forte em busca do quarto título na carreira. Durante os primeiros dois dias de treino no Grande Prêmio da Arábia Saudita, o neerlandês comandou os treinos livres 1 e 2, além de levar a pole position inédita em Jedá, cravando o melhor tempo de 1min27s472 e dividindo a primeira fila com Charles Leclerc, da Ferrari.
Mas a vantagem de Verstappen na temporada está longe de ser o mais comentado dentro do paddock. Em janeiro deste ano, uma funcionária acusou Christian Horner, chefe de equipe da Red Bull, de comportamento impróprio, de cunho sexual.
E é em meio à essa grave polêmica de bastidores que o holandês tentará sua segunda vitória em 2024. O GP da Arábia Saudita acontece neste sábado (9/3), às 14h (horário de Brasília). A Band transmite, ao vivo, a corrida.
Na segunda posição no grid de largada, Leclerc, que tem 23 poles e 5 vitórias, mostrou que pretende lutar pelo campeonato e afirmou que está feliz pelo que conseguiu conquistar nesta classificação, mas “triste por estar atrás do que queríamos. Amanhã é a corrida e espero ter uma boa surpresa para desafiar a Red Bull”.
Uma grande surpresa para o GP da Arábia Saudita é a presença do piloto da Fórmula 2, Oliver Bearman, substituindo o espanhol Carlos Sainz, que está se recuperando de apendicite. O substituto, apesar de largar no 11° lugar do grid, apresentou um bom desempenho durante a sessão do treino livre 3.
Para a corrida, não há previsão de chuva, mas é a temperatura que chama atenção. Durante o dia, a previsão indica que os termômetros marcarão até 31°C, cerca de 10 graus a mais do que as equipes enfrentaram no Bahrein, e onde a Mercedes sofreu com problemas de superaquecimento devido à seu novo sistema de arrefecimento do W15. Por isso, a corrida acontece à noite, quando as temperaturas costumam ser mais baixas.
1º – Max Verstappen (HOL/Red Bull), 1min27s472
2º – Charles Leclerc (MON/Ferrari), 1min27s791
3º – Sergio Pérez (MEX/Red Bull), 1min27s807
4º – Fernando Alonso (ESP/Aston Martin), 1min27s846
5º – Oscar Piastri (AUS/McLaren), 1min28s089
6º – Lando Norris (ING/McLaren), 1min28s132
7º – George Russell (ING/Mercedes), 1min28s316
8º – Lewis Hamilton (ING/Mercedes), 1min28s60
9º – Yuki Tsunoda (JAP/RB), 1min28s547
10º – Lance Stroll (CAN/Aston Martin), 1min28s572
11º – Olive Bearman (ING/Ferrari), 1min28s642
12º – Alexander Albon (TAI/Williams), 1min28s980
13º – Kevin Magnussen (DIN/Haas), 1min29s020
14º – Daniel Ricciardo (AUS/RB), 1min29s025
15º – Nico Hülkenberg (ALE/Haas), sem tempo
16º – Valtteri Bottas (FIN/Kick Sauber), 1min29s179
17º – Esteban Ocon (FRA/Alpine), 1min29s475
18º – Pierre Gasly (FRA/Alpine), 1min29s479
19º – Logan Sargeant (EUA/Williams), 1min29s526
20º – Ghuanyu Zhou (CHN/Kick Sauber) sem tempo
Crise na Red Bull
Na quinta-feira (7/3), a Red Bull suspendeu a funcionária que fez a denúncia contra Horner. Segundo a BBC Sports, o motivo dado pela RBR foi que a mulher havia sido desonesta. O afastamento teria sido um pedido da mulher de Christian Horner, Geri Halliwell.
“Muito se tem falado sobre esse assunto, que é de grande interesse da mídia por diferentes motivos. Mas é hora de pôr um limite nisso. Tenho a sorte de ter uma família linda e uma esposa que me apoia muito. Tem sido muito difícil e muito desafiador. A intromissão na minha família já foi suficiente, precisamos seguir em frente e nos concentrar no que estamos fazendo aqui, que é correr na Fórmula 1″, declarou o chefe de equipe.
A RBR decidiu fazer uma investigação interna com uma equipe de advogados da própria escuderia e Horner foi inocentado um dia antes do GP de Bahrein. O relatório é confidencial e contém as informações privadas das partes e dos terceiros que auxiliaram na investigação.
Entretanto, na última semana, capturas de tela, não comprovadas, foram enviadas por uma fonte anônima a jornalistas que trabalharam na cobertura do primeiro GP da temporada. As imagens mostram supostas conversas íntimas entre o chefe de equipe e uma funcionária que está sendo mantida no anonimato.
Apesar de inocentado, a falta de transparência do processo tem sido de grande incômodo para o paddock. A Ford, que é acionista da equipe e que produzirá o motor dos carros a partir de 2025, foi a primeira a pedir mais transparência.
“Estamos muito frustrados pela falta de transparência total ao redor deste caso conosco, seus parceiros corporativos, e mal podemos esperar para recebermos um relatório completo”, escreveu o Jim Farley, CEO da Ford, em carta vista pela Associated Press.
Os chefes da Mercedes e da McLaren também cobraram clareza do processo e também, da própria F1. “Aqueles que dirigem esse esporte têm uma responsabilidade para com todo o esporte e os nossos fãs; que deixem claro para eles que tudo foi feito de forma clara e transparente, para que cheguem à mesma conclusão que a RBR e concordem com o resultado. Até lá, continuarão existindo especulações e muitas perguntas sem respostas sobre todo o processo e isso não é saudável para o esporte”, disse Zak Brown, CEO da McLaren.
Já Toto Wolff, chefe da Mercedes, afirmou que a nota é “básica” e a posição da FIA não ficou clara.
Jos Verstappen, ex-piloto de F1 e pai do tricampeão Max Verstappen, alega que Christian Horner estaria “se fazendo de vítima”, o que “não é bom para a equipe”. Durante o Grande Prêmio do Bahrein, Jos foi visto conversando com Toto Wolff e isso especulou uma ida de Max Verstappen para a Mercedes, que está com uma vaga desde que Lewis Hamilton anunciou a sua ida para a Ferrari.