Dois dias antes de morrer, Walewska trocou biografia com Abel Ferreira
Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, recebeu a visita de Walewska, campeã olímpica e ex-atleta de vôlei, no centro de treinamento do clube
atualizado
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O Brasil teve um triste notícia ao saber da morte Walewska, campeã olímpica pela seleção brasileira de vôlei. E dois dias antes de cair do 17º andar de um prédio, na terça-feira (19/9), a ex-atleta teve um encontro com Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, no CT do clube.
Durante a visita, ambos trocaram suas biografias: Volta extra: Temporada 2022: Cabeça Fria, Coração Quente, do treinador português, e Outras Redes, de Walewska. A atleta chegou a fazer um post nas suas redes sociais.
“Troca de experiências num bate papo com toda essa turma de profissionais do esporte de Alto Rendimento. Dia de muito aprendizado e descobertas. Inclusive descobri que vou torcer para o Palmeiras”, escreveu.
Confira:
E após derrota do Palmeiras para o Grêmio, nessa quinta-feira (21/9), pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro, Abel Ferreira comentou sobre a morte da ex-atleta na coletiva de imprensa.
“Quando me disseram, eu nem acreditei. Fiquei incrédulo. E acho mesmo que não vale a pena me chatear com futebol. Vários treinadores já me disseram isso. Tive uma conversa com o Ancelotti (técnico do Real Madrid) e adorei o que ele me disse. Tenho conversas com treinadores que me dizem que tens que aprender a desfrutar o futebol, não tens que levar tão a sério, só dar o teu melhor, porque é verdade que estamos todos na fila “, afirmou.
“Ainda bem que não sabemos quando é nossa vez, mas estamos todos na fila. E às vezes nós, eu pessoalmente, me chateio com isto ou aquilo, quando as pessoas não querem mudar, não vale a pena. Nós devemos ser gratos, e eu sou muito grato, pela vida que tenho, acho que sou mesmo um abençoado por Deus e tudo. Quando chega ao final de um jogo desse, sai triste, irritado e recebe uma notícia dessas, tu pensas realmente qual é o verdadeiro significado da vida. O que estou aqui a fazer? Qual é a minha missão enquanto homem? Qual é a minha missão enquanto treinador?”, opinou
“Quando recebes essa notícia, questionas se vale a pena todo sacrifício, dedicação. Estar longe da sua família, é duro. Em relação, tive a oportunidade de privar com ela, foi espetacular, ela era capitã de equipe. Foi sensivelmente uma hora que estivemos a trocar ideias, falar sobre a experiência dela na Espanha, como era o vôlei na Espanha e tal, ela esteve na Rússia também. No Brasil, foi giro perceber as dinâmicos e os contextos. Perguntei como foi a transição de passar de estar a profissional e depois deixar de jogar. É um luto que se faz”, disse.
“Ela queria, através de um podcast que ela tinha, passar essa mensagem, que o jogador tem de se preparar para essa transição. Isso tem a ver com a parte mental, passam muito tempo, há muitas coisas que ganhamos, muito dinheiro, alguns, 3% de um universo muito grande. Muitos não ganham isso e têm de se preparar para depois, parte financeira, o que faço a seguir o futebol. Foi uma hora extraordinária, de aprendizagem. Chega ao final do jogo e me dizem essa notícia, eu não queria acreditar, fiquei incrédulo. Estou muito, muito triste. O máximo que posso fazer é prestar condolências à família. No fim sou ser humano como vocês, tenho defeitos, tenho sentimentos “, completou.
Entenda o caso
Campeã olímpica em Pequim 2008, a ex-jogadora de vôlei Walewska Moreira de Oliveira morreu, na noite dessa quinta-feira (21/9), em São Paulo, ao cair do 17º andar do prédio onde morava. A atleta defendeu a camisa da Seleção Brasileira e se aposentou no Praia Clube, de Uberlândia, na temporada de 2021/2022. A causa da morte não foi divulgada.