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Dívida de quase R$ 100 milhões coloca atividades do Vasco em risco

Clube criticou decisão da Justiça, que determinou a execução de R$ 93,5 milhões em dívidas de uma só vez

atualizado

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1 de 1 Sao-Januario1 - Foto: Divulgação/Vasco

O Vasco publicou nesta quarta-feira (18/8) uma nota contrária a decisão judicial que determinou a execução dos R$ 93, 5 milhões em dívidas de uma vez só. O valor está relacionado com o Ato Trabalhista, que teve seu cancelamento autorizado por conta de inadimplência.

A diretoria cruzmaltina afirma que a decisão do juiz Fernando Reis de Abreu, do Tribunal Regional do Trabalho da Primeira Região (TRT-1), “inviabiliza completamente o funcionamento do Vasco”. O clube ainda destaca que a execução impõe a liquidação de ativos operacionais.

A decisão foi publicada nesta terça-feira (18/8). Informações divulgadas pelo portal “Esportes News Mundo”, Fernando Reis de Abreu tomou a medida baseado em um processo datado de 2014, em que um ex-funcionário cobrava R$ 60 mil.

Além deste montante, uma série de valores são cobrados do clubes, veja a lista:

  • R$ 24 milhões por direitos de transmissão do Grupo Globo, além de 30% do que o clube ainda vai receber pelos mesmos
  • Bloqueio das contas com limite de R$ 900 mil por mês.
  • 30%  das premiações e classificações em torneios.
  • 30% do faturamento do programa de sócio-torcedor.
  • 30% dos créditos da VascoTV.
  • 30% dos direitos de transmissão junto a TV Record
  • 30%  da receita advinda dos patrocínios com Banco BMG, Havan, Ambev e TIM.

Confira na íntegra a nota do clube sobre a decisão:

O Club de Regatas Vasco da Gama (“Vasco”) informa que ainda não foi intimado da decisão proferida ontem, 17/08, pelo juiz gestor do CAEX, e se reserva o direito de combater esta decisão no momento oportuno e pelas vias judiciais próprias. No entanto, o Vasco desde já presta os seguintes esclarecimentos:

A surpreendente decisão do juiz gestor da CAEX, Dr. Fernando Reis de Abreu, inviabiliza completamente o funcionamento do Vasco e o cumprimento de suas obrigações mais básicas, além de impor a liquidação de ativos operacionais do clube. Na prática, a decisão, de forma absolutamente açodada, pretende decretar o encerramento das atividades de um clube que tem a 5ª maior torcida do país e que dispõe de todas as condições necessárias para reverter o atual estado de crise econômico-financeira, como vem demonstrando no presente exercício social.

Ressalta-se que esta decisão vai na contramão do momento vivido pelo futebol nacional, especialmente se considerarmos que há uma semana entrou em vigor a Lei da Sociedade Anônima do Futebol, pela qual o legislador criou meios para assegurar a viabilidade dos clubes brasileiros, incentivando sobremaneira o ingresso de novas receitas e estimulando o desenvolvimento do esporte desde as suas divisões de base, como vetor do crescimento econômico-social.

O juiz gestor da CAEX parece querer avocar para si o destino dos mais de 500 empregados do Vasco e de suas famílias, de 15 milhões de torcedores apaixonados e de um clube que ao longo de seus quase 123 anos de existência prestou relevantes serviços para a sociedade, como a precursora luta contra todos os tipos de discriminação, ainda em 1924, e que serviu de palco para momentos marcantes da História do Brasil, como a promulgação da Consolidação das Leis Trabalhistas e a criação do salário-mínimo, ambas anunciadas à sociedade da tribuna de honra do estádio de São Januário.

Igualmente surpreendente, a decisão foi proferida apenas 4 dias após o mesmo juiz afirmar, em decisão anterior, ter a “absoluta certeza de que, conversando, conseguiremos chegar em um denominador comum”, e logo no dia seguinte à primeira audiência em que se discutiu o regime especial de execução forçada por ele imposto ao clube.

Chama atenção, ainda, o fato de o juiz gestor da CAEX ter usado dois pesos e duas medidas em casos semelhantes, pois, em caso envolvendo outro clube que enfrenta os mesmos problemas que o Vasco, ele não apenas não determinou o regime especial de execução forçada, como ainda cancelou uma penhora de mais de R$ 20 milhões que inviabilizaria aquele clube.

Ao tomar posse, há pouco mais de 6 meses, a atual gestão do Vasco se deparou com a maior crise da história da instituição e tem tomado todas as medidas necessárias para cumprir com suas obrigações e recuperar sua credibilidade. Essa mesma situação é vivida por outras instituições – públicas ou privadas – Brasil afora, e requer tempo e muito empenho para sua resolução, principalmente no desafiador cenário pandêmico que vivemos.

O Vasco informa que vai recorrer da decisão e confia que ela será suspensa e reformada em breve. Se necessário, o clube se utilizará de todos os instrumentos jurídicos disponíveis para assegurar a continuação de suas atividades e o cumprimento de suas obrigações com empregados e fornecedores”

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