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Crise sem fim: Terracap corta patrocínio a times de basquete e vôlei

Estatal não fará lançamento de edital de patrocínio até outubro de 2017. Equipes receberam R$ 1,4 milhão cada na temporada 2016/2017

atualizado

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Uniceub patrocinio basquete
1 de 1 Uniceub patrocinio basquete - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

A crise financeira que assombra a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) ganhou mais um capítulo nesta terça-feira (13/6). A estatal confirmou que não há previsão para o lançamento de novo edital de patrocínio a projetos esportivos até outubro deste ano. O anúncio atinge em cheio dois times da capital, um de basquete e outro de vôlei: o UniCeub/BRB e o Brasília Vôlei. Para a equipe de basquete, no entanto, a situação fica dramática, pois, semana passada, o UniCeub já havia retirado seu patrocínio à equipe.

Cada um dos times recebeu R$ 1,4 milhão da Terracap na temporada 2016/2017, valor que custeou boa parte das despesas das equipes. Agora, tanto o multicampeão do basquete candango quanto o Brasília Vôlei terão que lutar para garantir a sobrevivência. Sem os recursos da estatal, ambos perdem no planejamento para a próxima temporada, que inicia em outubro para o vôlei e em novembro para o basquete.

É muito ruim perder o patrocínio. Reforça a nossa situação de dificuldade. Estamos tentando manter o basquete, mas o tempo está curto. E quando acaba (o time), para voltar é complicado. Achávamos que isso não iria acontecer

José Carlos Vidal, diretor do Instituto Viver Esporte e ex-técnico do UniCeub/BRB

O Brasília Vôlei tem situação um pouco melhor. De acordo com o gerente e ex-técnico Sérgio Negrão, o clube está garantido na disputa da Superliga, ainda que com um elenco modesto.

“Sabíamos da situação da Terracap e começamos a buscar outras fontes de financiamento. Agora, dificilmente vamos conseguir manter o padrão do grupo. Para isso, precisaríamos de um novo patrocínio e trazer duas atletas estrangeiras”, detalha Negrão.

Caso o time não consiga outra fonte robusta de auxílio, irá completar o elenco com atletas do juvenil.

Campeonato nacional
No basquete, o Brasília ainda estuda a permanência na liga nacional, o Novo Basquete Brasil (NBB). “Precisamos confirmar se vamos disputar o NBB até julho. Não sei dizer o valor, mas tem um mínimo que a liga exige para os times. O abandono é preocupante, Brasília necessita da prática esportiva”, conclui José Carlos Vidal, diretor do IVE, que detém os direitos da equipe de basquete.

A indefinição é tanta que, com a saída do UniCeub, ninguém sabe nem como ficará o nome do time.

 

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Sérgio Negrão garante o Brasília Vôlei na disputa da Superliga
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Sérgio Negrão garante o Brasília Vôlei na disputa da Superliga

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Nos últimos meses, a Terracap facilitou a venda direta em condomínios com desconto de até 25%. Iniciativa é para equilibrar os cofres da empresa

Giovanna Bembom/Metrópoles

 

Crise na Terracap
Após terminar 2015 com lucro de apenas R$ 19 milhões – redução de 97,5% em relação a 2014 –, a empresa amargou prejuízo de R$ 255 milhões no fim de 2016. Números que colocam a estatal em colapso: o que entra em caixa não é suficiente sequer para cobrir os gastos de R$ 600 milhões/ano.

A empresa tem obras pendentes, como a de infraestrutura do Setor Noroeste, e alega estar sem dinheiro para outros projetos de sua responsabilidade. O cenário negativo é atribuído, basicamente, a dois fatores: diminuição de receitas e aumento das despesas.

O rombo nos cofres da empresa foi acentuado também pelo desembolso de R$ 1,5 bilhão com a construção do estádio Mané Garrincha, obra que entrou na mira da Polícia Federal pelas denúncias de superfaturamento e pagamento de propina.

As despesas caminharam na direção contrária dos lucros. Saltaram de R$ 623,3 milhões, em 2015, para R$ 637 milhões no ano seguinte. Um ambiente crítico, que piorou de vez com a polêmica em torno dos supersalários da empresa.

Os gastos com os 1.082 servidores cresceram 27,3% no ano passado e representaram, em 2016, 58,4% de todos os gastos da Terracap. Na empresa, o diretor financeiro, segundo os trabalhadores, custa R$ 114 mil por mês. O diretor administrativo, por sua vez, recebe R$ 111 mil mensais. Na agência, o gasto com servidores comissionados alcança a cifra mensal de R$ 2,3 milhões, sendo que R$ 1,3 milhão custeiam salários de diretores.

O patrimônio líquido da empresa também foi reduzido de R$ 2,763 bilhões, em 2015, para R$ 2,716 bilhões no ano passado.

Editoria de Arte/Metrópoles

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