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Com 27 ouros em Parapans, Daniel Dias põe série à prova em Lima

Aos 31 anos, nadador paralímpico nunca perdeu em provas na competição que reúne atletas das Américas

atualizado

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1 de 1 Daniel-Dias - Foto: CPB/Mpix

Principal medalhista da história do Brasil em Parapans, Daniel Dias estreará neste domingo (25/08/2019) nos Jogos de Lima com o objetivo de continuar imbatível nas piscinas do continente. O nadador brasileiro nunca perdeu uma prova nesse tipo de competição. São 27 ouros no total.

Na atual edição, ele terá um desafio a mais por causa das mudanças na organização das provas. Daniel veio preparado para disputar sete modalidades em seis dias – 50m, 100m e 200m livre, 50m costas, 50m borboleta e dois revezamentos: 4x50m livre 20 pontos e 4x50m medley 20 pontos.

Mas os dois revezamentos foram cancelados por falta de países. E nos 200m livre houve a junção de sua classe, a S5, com a S4. Ou seja, o Daniel competirá em cinco provas, sendo que em uma delas enfrentará atletas com deficiências menores do que a dele.

“Não sei o impacto que vai ter. Pode afetar medalhas, claro. Mas vim para fazer minha melhor performance. Estou focado no que planejamos para a temporada”, disse em entrevista ao Estado. “Os 200m é uma prova que vou ter que nadar muito forte para conseguir a classificação. E se chegar na final, final é final. Vou lutar para conseguir a medalha”, prosseguiu.

O técnico chefe da natação paralímpica, Leonardo Tomasello, disse que em competições como essa é comum ter mudanças nas classes e adaptações. Mas lamentou que em Lima foi muito em cima da hora. “Toda competição segue critério para as provas serem válidas ou não. Tem que cumprir requisito para valer medalha. Se há falta de competidores, podem fazer duas coisas: ou a prova não acontece ou os atletas competem na classe de cima”, disse.

Para ele, o que pode prejudicar o Brasil no número de medalhas é que as mudanças ocorreram depois das inscrições para a competição terem sido encerradas. “O País tem número restrito de no máximo 40 atletas na natação. Alguns atletas que estão em segundo no ranking das Américas não vieram por isso. Aqui a gente fez um planejamento. Mas no fim trouxemos atletas que podem nem competir e acabamos deixando outros de fora que poderiam estar disputando medalha. Esse foi o maior problema que estamos tendo que contornar”, lamentou.

Rei do trote
Daniel está com 31 anos, é um dos atletas mais experientes da natação e por consequência quem comanda os trotes nos novatos. Na chegada à Vila dos Atletas teve o batizado dos mais jovens e, os que aceitaram a brincadeira, tiveram os cabelos raspados. “A gente busca divertir o pessoal, fazer com que o ambiente seja muito bom”, afirmou.

“Tem a brincadeira de cortar o cabelo dos novatos, mas só para quem estiver de acordo. Lembro como era o primeiro Parapan e as boas lembranças que ficaram. A gente faz de tudo para que todos façam parte e se integrem com a equipe. Sem dúvida esse é um dos melhores grupos, pois tem misturado atletas mais experientes com grandes promessas”, disse.

Com o peso das 27 medalhas no currículo, ele tem experiência de sobra para passar ao resto da delegação. “Procuro passar para que se divirtam ao máximo. O treino, o que tinha que ser feito já foi. Então procuro falar para os mais novos isso. Agora é curtir a Vila, o ambiente, é uma grande competição. Falo para darem o melhor a cada mergulho e com muito sorriso no rosto.

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