Cérebro de Eder Jofre é doado para estudos sobre demência pugilista
Tricampeão mundial de boxe morreu no começo do mês e iniciativa partiu dos filhos do ex-boxeador
atualizado
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O cérebro de Eder Jofre está no laboratório de medicina da Universidade de São Paulo (USP), onde será submetido a estudos sobre encefalopatia traumática crônica, doença conhecida como demência pugilista, que acometeu o boxeador em 2010.
O anúncio foi feito, nesta quinta-feira, em entrevista coletiva, em São Paulo, na qual estavam presentes Marcel e Andrea, filhos do ex-campeão mundial dos galos e penas, morto no último dia 2, e o médico Renato Anghinah.
“Este é mais um gesto nobre do meu pai, que trouxe tantas alegrias para o povo brasileiro. Eu, como filho, fico muito feliz por saber que ele tomou essa decisão em vida. Se outros pacientes tivessem feito o mesmo, o tratamento do meu pai estaria mais avançado. Poderia ter prolongado a vida dele”, disse Marcel.
“Não basta a intenção apenas do doador, a atitude da família é muito importante. Só desta forma a ciência tem condições de encontrar alternativas para combater as doenças”, afirmou o doutor Renato, que também estudou o cérebro do zagueiro Bellini, capitão da seleção brasileira na Copa do Mundo da Suécia, em 1958, morto em 2014.
Eder Jofre é integrante do Hall da Fama de Canastota desde 1992, e do Hall da Fama da Costa Oeste dos Estados Unidos desde o ano passado. O “Galo de Ouro” foi campeão dos galos de 1960 a 1965, além de ostentar o cinturão dos pesos penas de 1973 a 1974.