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Candidato à CBF, Ronaldo mantém vínculo negocial e jurídico com o Cruzeiro até 2035

Vínculos de Ronaldo com o Cruzeiro configuram conflito de interesse e ferem o Estatuto e o Código de Ética da CBF

atualizado

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1 de 1 Foto colorida de Ronaldo Fenômeno fazendo careta - Metrópoles - Foto: Angel Martinez/Getty Images

O ex-jogador Ronaldo Fenômeno revelou o desejo de ser presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e chegou a declarar que venderia o Real Valladolid, da Espanha, com o intuito de evitar conflitos de interesse. Contudo, Ronaldo não revelou que ainda mantém vínculos negociais e jurídicos com o Cruzeiro até 2035.

O Estatuto e o Código de Ética da CBF vedam que presidentes da entidade tenham vínculos com qualquer clube. Ronaldo, portanto, infringiria as normas da confederação se mantivesse a intenção de comandá-la.

O Metrópoles teve acesso ao contrato de alienação fiduciária firmado em 1º de julho de 2024 entre Ronaldo e Pedro Lourenço, que comprou a SAF Cruzeiro. O documento demonstra que Ronaldo mantém ligação com o clube mesmo após a venda da instituição, em 29 de abril do mesmo ano.

O item III do artigo 1.1 do contrato determina que “todos os direitos e ativos relacionados às ações, incluindo, sem limitação, rendimentos, dividendos, lucros, ganhos, juros sobre capital próprio, distribuições e outros pagamentos, valores recebidos ou a serem recebidos (…) deverão estar automaticamente sujeitos à alienação fiduciária aqui disposta”. Ou seja, todos esses rendimentos vão para o bolso de Ronaldo.

O acordo estabelece que Ronaldo, como “credor fiduciário”, terá direito a retomar todas as ações societárias do Cruzeiro caso haja atraso em alguma das 11 parcelas do pagamento total de R$ 600 milhões até 2035.

Dessa forma, o Fenômeno mantém interesse no bom desempenho e nos resultados positivos do Cruzeiro, uma vez que ele se beneficiará financeiramente dos ganhos que o clube obtiver.

A situação configura conflito de interesse evidente. Por essa razão, o Estatuto da CBF proíbe que o presidente da entidade que comanda o futebol no Brasil mantenha vínculos com qualquer clube.

A candidatura do ex-jogador ao cargo máximo da CBF é impossibilitada pelos vínculos que ele mantém com os clubes Cruzeiro e Valladolid. As eleições para a presidência da entidade ocorrem em 2026.

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