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Campeão olímpico de esqui se esconde em garagem e tenta fugir de Kiev

Oleksandr Abramenko se abrigou com a família na garagem do prédio logo após conquistar a prata nas Olimpíadas de Inverno de 2022

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Reprodução/Oleksandr Abramenko
Oleksandr Abramenko, atleta ucraniano de esqui, se esconde com a esposa e o filho em uma garagem de um edifício em Kiev, na Ucrânia - Metrópoles
1 de 1 Oleksandr Abramenko, atleta ucraniano de esqui, se esconde com a esposa e o filho em uma garagem de um edifício em Kiev, na Ucrânia - Metrópoles - Foto: Reprodução/Oleksandr Abramenko

O atleta ucraniano Oleksandr Abramenko conquistou, no dia 16 de fevereiro, a única medalha do país nas Olímpiadas de Inverno deste ano, após ficar com a prata na prova de Esqui Estilo Livre. Abramenko, que ficou com o ouro nos jogos de 2018, chamou ainda mais atenção depois de uma fotografia de um abraço entre ele e o rival russo, que ficou em terceiro lugar, circulou pelas redes sociais.

Entretanto, exatos 20 dias depois do feito, a realidade do ucraniano mudou completamente. Oleksandr, de 33 anos, está com a esposa, Alexandra, e o filho Dmitri, de 2 anos, escondidos na garagem do edifício deles, na tentativa de se proteger da guerra que acontece no país.

De acordo com o jornal The New York Times, o atleta pediu, em uma conversa por mensagens de texto, que alguém tirasse uma foto de sua família. No registro, é possível ver os três bem agasalhados, sentados em um colchão, durante a sétima noite em que a família estava na garagem, na tentativa de ficar mais seguro do que no apartamento do 20º andar, no edifício que não fica muito distante do aeroporto principal de Kiev.

“Passamos a noite na garagem subterrânea, dentro do carro, porque o alerta de ataque aéreo estava soando constantemente. Dormir no apartamento era assustador demais. Eu mesmo via da janela como os sistemas de defesa aérea estavam trabalhando contra os mísseis inimigos, e explosões fortes eram audíveis”, contou ele em uma das mensagens.

O plano da família era deixar a cidade de carro no último sábado (5/3), viajando para perto das fronteiras com a Eslováquia e a Hungria, no oeste da Ucrânia. A viagem levaria pelo menos 10 horas em condições normais.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

Getty Images
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

Poca/Getty Images
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

Kutay Tanir/Getty Images
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

“Eu planejo viajar para a casa de meu treinador, Enver Ablaev, que vive em Mukachevo, na região da Transcarpátia. Vou de carro, levando coisas essenciais comigo, comida e minhas medalhas olímpicas”, relatou Abramenko em outra mensagem.

Atletas da Suíça de esqui estão arrecadando dinheiro e planejavam viajar no final de semana à cidade de Mukachevo para distribuir suprimentos. Além de ajudar a população ucraniana, o objetivo dos esquiadores é oferecer algum suporte e conforto ao colega.

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