Caboclo ofereceu R$ 8 milhões para funcionária vítima de assédio
Dinheiro seria do caixa da CBF, vítima negou as condições colocadas pelo dirigente que nega as acusações
atualizado
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Rogério Caboclo teria oferecido R$ 8 milhões para a funcionária da CBF que o acusa de assédio sexual e moral. Segundo informações publicadas no site “GE”, Caboclo quis pagar pelo silêncio da vítima que recusou a oferta. Ainda segundo a publicação, o dinheiro seria da própria confederação. O cartola afastado nega as acusações.
Além da recusa da funcionária, a diretoria da entidade vetou a possibilidade de utilizar o dinheiro da confederação para este fim. Após as tentativas falharem, Rogério Caboclo foi afastado da presidência da entidade.
Entre os pontos estabelecidos pelo dirigente que fizeram a funcionária negar o acordo estava a necessidade de falar para a imprensa que o afastamento ocorreu por conta de questões médica e psiquiátrica e que a relação com Caboclo sempre foi “profissional, respeitosa, íntegra, amistosa e solidária”.
Sem o acordo, as denúncias vieram à tona e no dia 4 de junho o cartola foi afastado da presidência da CBF por 30 dias. A punição se estendeu para mais 60 dias.
Com relação à oferta de R$ 8 milhões a funcionária, Caboclo rebateu as questões levantadas pela publicação através de um comunicado enviado por sua assessoria. Leia na íntegra a argumentação do dirigente.
“• A proposta de negociação com a funcionária partiu de Marco Polo Del Nero, ex-presidente da CBF banido do futebol por corrupção e alvo de recente operação da Polícia Federal. Ele é o autor da ideia e também escreveu de próprio punho, a proposta inicial de mais de R$ 12 milhões que, por fim, foi reduzida para R$ 8 milhões;
• A autoria do documento em que Del Nero fez a proposta absurda, feita à mão por ele mesmo, já foi comprovada por perícia grafotécnica reconhecida;
• Vale destacar que um representante de Marco Polo Del Nero apresentou o documento;
• O presidente Rogério Caboclo, por outro lado, jamais constituiu advogado para atuar em qualquer negociação e não assinou nenhum contrato de qualquer natureza com a funcionária e, portanto, inexistente no mundo jurídico;
• A CBF não pagaria o citado curso para a funcionária nem faria recomendação para ela;
• Por uma questão normativa, funcionários da CBF recebem suas diárias por ocasião das viagens e não no momento da rescisão;
• A CBF jamais poderia pagar os valores citados na reportagem, pois são absurdos, desproporcionais ao período laboral e ao salário da funcionária, além de totalmente injustificáveis para a CBF;
• É importante reafirmar que o tal acordo foi rejeitado por Rogério Caboclo e nenhum contrato foi assinado por ele;
• Caboclo preservou o caixa da CBF e deixou claro que não aceitaria os termos apresentados;
• A funcionária disse que teria sido ofendida e humilhada em 16 de março, dia em que gravou clandestinamente Rogério Caboclo, mas só pediu afastamento do trabalho em 9 de abril, tendo trabalhado por todo esse período normalmente;
• Em 12 de abril, o vice-presidente Castellar Modesto Neto, sem prévio agendamento, foi de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro e abordou Rogério Caboclo como interlocutor da funcionária, exibindo o áudio que seria usado para sustentar a acusação;
• Rogério Caboclo foi informado que, no dia seguinte, 13 de abril, houve um encontro privado na casa do ex-presidente da CBF Del Nero, que foi banido do futebol, entre ele, Castellar, a funcionária e a irmã dela;
• Cerca de um mês após gravar Rogério Caboclo, a funcionária apresentou um atestado médico para afastamento do trabalho por motivo de saúde originado por questão familiar;
• Caboclo rejeitou definitivamente a conversação e encerrou o assunto em 4 de junho, às 11h28. Curiosamente, a acusação contra Caboclo foi protocolada pela funcionária no mesmo dia, às 13h55. Dois dias depois, em 6 de junho (domingo), em decisão sem precedentes, em um fim de semana, sem ter sido ouvido ou ter tido acesso ao processo, Caboclo foi afastado compulsória e preventivamente do cargo;
• O manuscrito de Del Nero foi recebido por Rogério Caboclo antes de 17 de maio, por meio de um representante de Del Nero, incumbido das conversas desde o início, sem que Caboclo pedisse por isso ou soubesse, com antecedência, que iria receber tal proposta”.
O dirigente segue negando as acusações. Os advogados alegaram que o Rogério Caboclo foi mal interpretado pela vítima. Ele também se recusou a depor no Comissão de Ética da CBF alegando arbitrariedade.
Sobre a acusação de
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