Brasiliense fará travessia do Canal da Mancha pela segunda vez
Tiago Sato fez a primeira travessia em 2010, mas só concluiu um trecho da prova. Agora, o desafio é completar o trajeto de ida e volta entre a Inglaterra e a França, um total de 68km
atualizado
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Há cinco anos, o brasiliense Tiago Sato já fez história ao se tornar um dos poucos brasileiros que já percorreu o Canal da Mancha, entre a Inglaterra e a França, a nado. São 34km de distância. O feito, no entanto, não bastou para o professor de educação física. Agora, o atleta quer entrar para o seleto grupo de pessoas que nadam 68 km, o trajeto de ida e volta. O percurso é feito em cerca de 20 horas.
Os treinamentos tomam conta da rotina do atleta. Toda semana, ele percorre a mesma distância da prova, abdica de certas diversões e se mantém focado. “Fui a três casamentos de amigos este ano e não bebi nada, pois tinha treino no dia seguinte. Eles entendem e me apoiam”, brinca Sato.
A presença na piscina ou no Lago Paranoá é tão constante, que Sato já ganhou uma marca permanente dos óculos no rosto. Os olhos com traços asiáticos ganharam um contorno branco, que contrasta com a pele morena. “Virou uma referência”, diz.
Custos
Uma das principais dificuldades de Tiago Sato é conseguir patrocínio para custear a viagem para a França. O atleta se inscreveu na prova há dois anos, prazo exigido pelos organizadores da travessia. Mas ainda não tem dinheiro suficiente para bancar as passagens aéreas e a hospedagem, tanto as suas quanto as do técnico que o acompanha, Igor de Souza, o único brasileiro que completou os 68km, em 1997.
Como preparação (e também para divulgar o evento), Sato organizou em julho deste ano um desafio de 24 horas de natação no Lago Paranoá. Não tomou prejuízo, mas não obteve lucro. E, apesar do tempo de prova, o desafio não se parece em nada com o europeu, recheado de adversidades. “A maior dificuldade é o mar gelado. Por mais que você nade, não consegue se aquecer”, brinca.
Barreiras
Além das dificuldades financeiras para sustentar a viagem, há desafios diários para Sato na preparação. Primeiro, Brasília não possui água gelada nem salgada como a atravessada na prova europeia. Sem o mar, é impossível simular o trajeto de transatlânticos como o do canal.
Outro complicador é a alimentação, que só pode ser líquida. “O único momento em que podemos nos apoiar em algo é quando alcançamos a costa. Aí terei aproximadamente 15 minutos para voltar a nadar novamente. Mas não dá pra ficar parado por conta do frio”, explica.
Sato ainda busca apoiadores e patrocinadores para bancar a viagem. Ele precisa arrecadar cerca de R$ 90 mil para custear viagem, hospedagem, alimentação, inscrição, guia e embarcação, que são pagos em dólares ou em libras (moeda inglesa). Os interessados em contribuir podem enviar um email para contato@tiagosato.com.br.