Brasileiro disputa presidência do Comitê Paralímpico Internacional
Andrew Parsons é um dos candidatos a sucessão de Sir Philip Craven
atualizado
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O brasileiro Andrew Parsons está na disputa pela presidência do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês) para suceder a Sir Philip Craven, atual mandatário. Ele fez uma boa gestão no Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e chega para o pleito como favorito. A definição será nesta sexta-feira em Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos, durante a Assembleia Geral da entidade. Nesta entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, ele fala sobre as suas propostas e o que pretende fazer caso seja eleito.
Qual a expectativa para a eleição do IPC?
Tenho trabalhado durante todo o período da campanha com o objetivo de vencer a eleição e ser eleito presidente do Comitê Paralímpico Internacional. Para isso tenho conversado com todos os membros votantes, explicando as propostas que tenho e minha visão para o Movimento Paralímpico Internacional e o IPC enquanto organização. Fiz uma campanha de diálogo e troca de ideias.
Quem são seus adversários e como é o pleito?
Meus adversários são o canadense Patrick Jarvis, o dinamarquês John Petersson e a chinesa Haidi Zhang. Todos os membros votantes – devem ser cerca de 170 presentes em Abu Dabi no dia 8 de setembro – têm direito a um voto. A votação é eletrônica. Se qualquer candidato tiver 50% + 1 dos votos na primeira rodada, já é considerado vencedor. Se nenhum dos candidatos tiver 50% + 1 dos votos, elimina-se o candidato com o menor número de votos e passa-se a uma próxima rodada de votação, até que algum candidato tenha a maioria simples dos votos. Como são quatro candidatos, haverá no máximo três rodadas.A sua gestão no CPB foi considerada boa e o Brasil é uma potência paralímpica. O que você pretende fazer caso seja eleito?
No Brasil, tivemos grande êxito ao explorar o potencial comercial do esporte paralímpico. Firmamos contratos de patrocínio maiores do que qualquer outro Comitê Paralímpico Nacional no mundo. Fomos bastante criativos em diversas iniciativas de marketing e comunicação, firmando um triângulo muito bem-sucedido entre mídia-patrocinadores-organização esportiva. Quero fazer o mesmo em nível internacional , pois ainda há muitas oportunidades não exploradas pelo IPC, principalmente no que diz respeito a iniciativas conjuntas com os Comitês Paralímpicos Nacionais, as Federações Internacionais e o próprio COI.
Você tentará uma aproximação maior com o esporte olímpico?
É fundamental ter uma relação mais próxima entre os Movimentos Olímpico e Paralímpico. Não apenas entre COI e IPC, mas também entre os Comitês Olímpicos Nacionais e Comitês Paralímpicos Nacionais. Acredito que a interação entre estas organizações maximizará as oportunidades para os atletas com deficiência nos diferentes países.
As classificações funcionais costumam render muita polêmica. Você pretende discutir isso?
Se eleito presidente, quero explorar a introdução de um processo de classificação profissional. Profissionalizar os classificadores permitirá que suas performances sejam monitoradas e avaliadas, que eles estejam mais disponíveis para as competições nacionais mundo afora e tenham mais tempo para investir em pesquisa e sua própria reciclagem. Eu também estimularei a utilização da tecnologia para avaliação dos atletas, minimizando o que seja interpretação dos classificadores e a possibilidade de erros.