Brasil bate recorde e alcança melhor campanha da história em Parapans
Com todas as provas encerradas, a delegação brasileira terminou com em 1º do quadro de medalhas pela 4ª edição consecutiva
atualizado
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O Brasil encerrou os Jogos de Lima, no Peru, com a melhor campanha de todos os tempos em Parapan-americanos. Depois de superar as próprias marcas no sábado, neste domingo o País bateu o recorde de ouros e de medalhas do México de 1999.
Llegamos al día 10 de competencias y nuestro medallero sigue creciendo y dando alegrías a cada delegación. Conoce el medallero completo en ? https://t.co/Dsmk1p5dyE pic.twitter.com/jytrUtbIEh
— Lima 2019 #JugamosTodos? (@Lima2019Juegos) September 1, 2019
Com todas as provas encerradas, a delegação brasileira terminou com tranquilidade na liderança do quadro de medalhas pela quarta edição consecutiva. Foram 124 ouros, 99 pratas e 85 bronzes, com 308 no total. O México, na primeira edição do Parapan, realizado na Cidade do México, há 20 anos, faturou 121 ouros, 105 pratas e 81 bronzes, com 307 no total.
“Lima foi um ótimo termômetro para avaliar o caminho que nós estamos trilhando. Nosso planejamento é para dois ciclos, para oito anos: Tóquio-2020 e Paris-2024. A meta interna nossa era superar Toronto em todos quesitos. Desde a delegação, número de atletas em finais, número de mulheres, número de classes baixas. É o nosso planejamento de renovação”, disse Alberto Martins, chefe da delegação brasileira.
Na última edição do Parapan, no Canadá, foram 109 ouros e 257 medalhas. Agora o foco é manter o Brasil no Top 10 do quadro de medalhas na Paralimpíada de Tóquio. Alberto ainda não quis fazer uma projeção de medalhas para a competição do ano que vem. Prefere aguardar os Mundiais de natação e de atletismo, que acontecem respectivamente em setembro e novembro. “A gente sabe que do Top 10 para o Top 5 é questão de uma, duas medalhas. Então a gente precisa sempre estar ali naquele Top 10”, comentou.
Poupar atletas
Para a próxima edição do Parapan, em Santiago-2023, o Brasil cogita adotar método parecido com o dos Estados Unidos, que terminaram em segundo lugar no quadro de medalhas, com menos da metade de ouros do Brasil. Foram 57 primeiros lugares, 62 pratas e 63 e bronzes, com total de 182. A ideia é apostar mais jovens na próxima edição com a possibilidade de poupar medalhões.
“Estados Unidos e Canadá trouxeram jovens e estão investindo neles. Nós também estamos fazendo, mas temos de estar muito atentos”, disse. “Poupar atletas depende muito do momento. O Brasil precisa começar a jogar com a regra da competição. O tênis de mesa já fez isso em Lima. Então algumas estratégias nós precisamos já começar a utilizar. E, talvez, nós precisamos também, apesar que pessoalmente eu tenha algumas restrições com relação a isso, pensar se não vale a pena a gente também não se mostrar muito ao mundo em determinados momentos. Porque todas as equipes veem agora o Brasil como o país a ser derrotado”, encerrou.
Confira outros trechos da coletiva do Alberto Martins:
Surpresas
“O que superou a expectativa foi a própria natação e o halterofilismo. O atletismo ficou dentro daquilo que já havíamos planejado. O atletismo ficou dentro daquilo que a gente já tinha planejado, perdemos uma aqui, ganhamos outras ali. Mas a natação superou bastante as nossas expectativas. O halterofilismo traz o aspecto da própria regra, em que ela ainda é muito confusa, muito interpretativa. Então quando você tem ali três árbitros e quase nunca se tem uma homogeneidade entre os três árbitros quer dizer que há uma interpretação. A gente gostou muito do atuação do halterofilismo”.
Decepções
“Com relação a decepcionar, não houve nenhum aspecto. Lógico, a gente sabia das dificuldades por exemplo do rúgbi em cadeira de rodas (perdeu a disputa do bronze). Tínhamos bastante expectativa que a gente pudesse superar isso, porque nós trabalhamos com conquista de vagas para Tóquio. Então quando fica fora da disputa por vaga lógico que entristece a gente. A mesma coisa com o basquete em cadeira de rodas tanto o feminino quanto o masculino que não conseguiram suas vagas. A gente vê que é necessário no Brasil pensarmos num planejamento mais real, mais concreto, talvez numa renovação mais acelerada. Ou seja, com certeza os presidentes e as federações estão fazendo essa avaliação pra que a gente trabalhe dentro dessa perspectiva de uma renovação o mais rapidamente possível pra termos uma modalidade que foi, que iniciou o esporte paralímpico com sua plasticidade. Então eu não diria que foi decepção. Mas a gente realmente acreditava”.
Análise sobre as pratas
“Nós tivemos 99 medalhas de prata. O que isso quer dizer para nós? Que tivemos 99 oportunidades de ter o ouro. Temos de analisar com muito cuidado o que faltou para que não tivéssemos o ouro. É um cuidado que precisamos analisar com nossa equipe de ciência do esporte. O que precisamos mexer? Prata a gente não ganha, a gente perde. Mas ela tem de ser valorizada e, principalmente, analisada por nós da equipe técnica”.
Mais mulheres
“Isso faz parte do nosso planejamento: o aumento do número de mulheres. Já começou. A gente tem feito isso. Tanto é que se você verificar, por exemplo, nos nossos circuitos de natação, atletismo, halterofilismo… A gente deu cota extra para quem trouxesse mulheres e classe baixa. Que a gente fala de ‘rach’: hospedagem, alimentação e transporte gratuito para que os clubes possam investir mais em mulheres e em classe baixa, pra que a gente possa aumentar ai e, realmente, é um nicho que a gente precisa aproveitar e a gente está atento a isso. Porque precisamos investir. Mas como eu disse anteriormente também: não adianta a gente investir se a organização e o Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês) começar a unificar classes. Você investe em classes baixas…”