Utah Jazz conta com o bom relacionamento de Mitchell e Gobert em quadra
Dificuldades no relacionamento de ambos foi exposta após as duas estrelas terem testado positivo para o coronavírus
atualizado
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No começo da temporada, os analistas apontavam o Utah Jazz como um dos principais candidatos a zebra, atrás de Lakers e Clippers, as principais forças do Oeste. Guiado pelo trabalho de Quin Snyder, o time e a organização não perderam tempo em reconstruir o elenco após a saída de Gordon Hayward. A jovem estrela Donovan Mitchell foi recrutada, Rudy Gobert evoluiu, a cada ano, em uma força mais dominante no garrafão, contratações certeiras foram feitas, como Bojan Bogdanovic, e a principal necessidade do time foi atendida, com a vinda de Mike Conley para a posição de armador titular.
Apesar do atual quarto lugar no Oeste, as expectativas em relação ao Jazz esfriaram um pouco após uma temporada de altos e baixos e a suspensão do campeonato. Entre os motivos, a lesão de Bogdanovic, que não fará parte da retomada da disputa, as lesões e o período de adaptação pelo qual Conley tem passado em sua primeira temporada em Utah e, principalmente, questões sobre o relacionamento das duas principais fundações da franquia.
Rudy Gobert é o paciente zero da NBA. O pivô foi o primeiro jogador diagnosticado com o coronavírus, o que motivou a liga a suspender toda a sua temporada. Um dia depois, Donovan Mitchell também testou positivo. Imediatamente surgiram relatos de que Mitchell não estaria satisfeito com o comportamento inconsequente do francês em relação a cuidados com o vírus. Uma prova é o já infame vídeo de Gobert tocando os microfones e gravadores dos repórteres após uma coletiva, quando a liga já estava adotando medidas de distanciamento social.
Here’s Rudy Gobert touching a bunch of reporters’ audio equipment 2 days ago. Today, he tested positive for coronavirus. pic.twitter.com/Z3Lw1yfCfW
— ClutchPoints (@ClutchPointsApp) March 12, 2020
O episódio, no entanto, foi apenas mais um sintoma de uma relação que já estava febril. Em janeiro, enquanto Rudy Gobert dava uma entrevista em quadra após uma vitória sobre o Detroit Pistons, Donovan Mitchell interrompeu a conversa, de forma brincalhona. O francês aproveitou a oportunidade para gritar: “Ei, passe a bola!”. Apesar de aparentemente inocente, dirigentes do Jazz sabiam que a interação continham mais verdade do que eles gostariam de admitir.
“Rudy tem que se posicionar melhor, e Mitchell não pode reagir a tudo. Às vezes, você tem que jogar xadrez e agradar os seus companheiros. O que é mais importante? Você provar seu ponto ou tentar vencer?”, disse um dirigente do Jazz para a ESPN. A impressão dentro da franquia é que Gobert se ressente da atenção dada aos companheiros, especialmente Donovan, em detrimento do trabalho que o pivô, duas vezes eleito Melhor Defensor da NBA, recebe.
Gobert quer receber mais a bola, e Quin Snyder e os treinadores do Jazz têm trabalhado para melhorar a relação entre o pivô e o jogador que, de fato, passa muito tempo com a bola nas mãos, que também não escapa das críticas. “Mitchell às vezes quer ser o herói e fazer os arremessos importantes. Eu sei que ele quer ser ‘o cara’, mas às vezes a jogada certa está na sua cara e ele precisa passar a bola. Ele precisa evoluir nesta área e confiar mais em seus companheiros”, disse outra fonte dentro da franquia.
Até o momento, Donovan e Rudy têm dito as coisas certas. Ambos reafirmaram seus compromissos com a franquia e disseram que a relação entre eles está muito melhor, apesar de reconhecer a tensão existente. “Eu acho que nós temos a capacidade de realizar coisas importantes. Porém, nunca vai ser perfeito. Às vezes nós estaremos bem, e às vezes nós vamos ficar frustrados um com o outro. Porém, desde que nos respeitemos como homens, nós vamos ficar bem”, declarou Gobert em uma entrevista recente.
Tanto Rudy quando Donovan citaram Shaq e Kobe como prova de que companheiros de time não precisam necessariamente ser amigos para conseguir bons resultados dentro de quadra. O Jazz aposta que, se suas duas estrelas não conseguirem ter um bom relacionamento fora de quadra, que consigam resultados pelo menos semelhantes à lendária dupla dos Lakers.