Sem Oladipo, Pacers terão de esperar novamente para mostrar real potencial
Frequentemente, Indiana monta times vencedores na temporada regular, mas elenco não consegue corresponder nos playoffs
atualizado
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Se existe uma notícia que quem acompanha a NBA nunca viu — e dificilmente verá — é: “All Star free agent X se reunirá com o Indiana Pacers”. Essa é a realidade dos pequenos mercados, que têm de competir com as Los Angeles e New Yorks da vida pelos mesmos jogadores. No entanto, mesmo com todas as dificuldades e restrições, Indiana continua colocando um time vencedor em quadra, ano após ano.
Nos últimos 30 anos, apenas o San Antonio Spurs têm mais aparições em playoffs. Desde 2010, os Pacers só deixaram de se classificar para a pós-temporada uma única vez. Como uma franquia na pequena Indianapolis consegue fazer isso? Segundo o técnico Nate McMillan, não há outra escolha.
“Embora os Colts sejam grandes, o basquete é sagrado em Indiana”, declarou o treinador, em uma entrevista para o The Ringer. “Então, você sempre tem que colocar um produto de qualidade em quadra por aqui. É uma obrigação”.
Esse DNA vencedor do Indiana Pacers pode ser traçado desde 1986, quando Donnie Walsh assumiu como GM da franquia. Ele logo entendeu que, para uma franquia de basquete profissional ser viável em Indianápolis — um estado apaixonado pelo esporte, louco tanto pelos times da faculdade como pelos da high school –, precisava ter um time vencedor dentro de quadra.
Walsh é o responsável por recrutar, em seus primeiros três anos, Reggie Miller, Rik Smits e Chuck Pearson, além de ter trocado por por Detlef Schrempf, base que colocou os Pacers na pós-temporada regularmente. Após anos difíceis na segunda metade da década de 2000, veio a geração de Paul George, que chegou a duas finais de conferência.
Em 2017, quando a estrela pediu para ser trocada, os Pacers, fiéis à sua mentalidade, dispensaram pacotes envolvendo escolhas do draft, conseguindo Domantas Sabonis e Victor Oladipo em uma troca com o Thunder. A dupla, junto de Myles Turner e, agora, Malcolm Brogdon, além de role players eficientes, como os irmãos Holiday, Doug McDermott e TJ McConnell, compõem o time que, apesar de só ter quatro peças em relação ao elenco da temporada passada, novamente, se classificará para os playoffs.
As campanhas bem-sucedidas na temporada regular, no entanto, contrastam com a falta de sucesso nos playoffs. Há quatro temporadas, os Pacers não conseguem sair da primeira rodada. Em 2011, Mark Cuban famosamente argumentou que a pior coisa que um time da NBA pode ser é “bom”: você pode ser competente o suficiente para vencer na temporada regular e até chegar aos playoffs. Mas ao ser eliminado cedo, você nunca conseguirá uma pick alta o suficiente para conseguir uma estrela transformadora e dar aquele passo além.
A realidade, novamente, é diferente para os Pacers. E o atual presidente da franquia, Kevin Pritchard, a entende bem. “Há poucos times nessa liga que têm a oportunidade de conseguir os melhores jogadores. Esses jogadores ditam muito sobre vencer. Então, nós temos que pensar o seguinte: como podemos maximizar o nosso teto?”
Com Oladipo, Brogdon, Sabonis e Turner, os Pacers poderiam ter um teto bom o suficiente não só para chegar aos playoffs, mas para fazer algum estrago na Conferência Leste. A lesão de Oladipo e sua opção por não participar da bolha em Orlando, no entanto, coloca os planos da franquia em espera.
Por enquanto, então, os Pacers farão o que sempre farão. Colocarão um time competente em campo, ainda que não seja suficiente para brigar com as estrelas dos mercados maiores. É, ao mesmo tempo, o mínimo e o máximo que eles podem fazer, pelo orgulho de todo hoosier em Indiana.