Retomada da NBA é vista com preocupação por parte de profissionais
Armador do Brasília, Pedrinho Rava, e preparador físico do time, Iran Nakamura, veem retorno como precipitado
atualizado
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Enquanto os times da NBA se preparam para retomar as atividades no complexo da Disney, no Brasil, o cenário segue indefinido. Com a temporada do NBB encerrada antecipadamente por causa da pandemia do novo coronavírus, profissionais do basquete brasileiro acompanham com atenção os movimentos ocorridos nos Estados Unidos. E as pessoas que vivem a bola laranja diariamente veem o retorno da liga norte-americana, inicialmente marcada para o fim de julho, com preocupação.
Na visão de Iran Nakamura, preparador físico do Brasília, o longo período sem jogos e treinos pode ser prejudicial aos jogadores. Para tanto, ele traça um paralelo com o Campeonato Alemão, que teve nada menos que oito atletas lesionados na primeira rodada após a paralisação.
“Que sirva de lição pras outras ligas. Os caras ficaram muito tempo parados e estão indo para um pico de exercício muito grande. Têm-se um risco maior do que 20% para ocorrerem lesões. Eles estão voltando precocemente, eles não deveriam estar voltando. Os EUA são um dos países com alto índice de infectados e mortalidade”, afirma.
Segundo ele, pensar em um protocolo seguro com o atual cenário da pandemia do novo coronavírus, ainda é algo distante de ser alcançado.
“Por mais que muitos já tenham voltado a treinar, de maneira isolada, eles ainda voltam pra casa. O protocolo de segurança estabelecido é lindo, mas é utópico. Qualquer protocolo é utópico. Os caras estão arriscando. Eles vão conseguir fazer entre oito e 12 semanas de treinos para voltar. Fisiologicamente falando é ok. Os caras fazem essa quantidade de semanas durante a pré-temporada. Mas precisamos lembrar que nunca tivemos um break tão grande. Alguns atletas têm uma estrutura para treinar, mas não são todos”, pondera.
Falta de ritmo
O armador Pedrinho Rava vê a falta de ritmo como primordial, especialmente no começo das partidas. Segundo o camisa 7, serão pelo menos duas semanas de adaptação para os jogadores.
“Os atletas vão precisar entender novamente o ritmo e também as precauções que vão precisar ser tomadas durante esse período. Todo mundo vai estar no mesmo lugar, disputando os jogos. Não é algo que os jogadores estejam acostumados. Infelizmente é o que a situação está nos permitindo”, sentencia.