Recém-chegado nos Warriors, Gui Santos fala sobre futuro na NBA
Gui Santos conta sobre trabalho na base do basquete, pontua as diferenças entre a NBA e o NBB e aconselha jovens jogadores
atualizado
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Selecionado pelo Golden State Warriors na 55ª escolha do Draft da NBA deste ano, o ala Gui Santos, brasileiro de 20 anos, conversou com o Metrópoles sobre as novas experiências nos Estados Unidos e as expectativas para esta temporada na principal liga de basquete do mundo.
Formado na base brasileira, Gui fez sua estreia pelo time profissional do Minas, onde foi revelado, em 2018, com apenas 16 anos. O jogador jogou as últimas quatro temporadas pela equipe, demonstrando uma evolução enorme ao lado de grandes estrelas do esporte, como Alex Garcia.
Sobre sua formação no Brasil, ele revela o impacto do trabalho em sua vida profissional. “Foi muito importante pro meu desenvolvimento pessoal e, principalmente, profissional, porque eu jogava muitos campeonatos, a maioria de categorias acima da minha, e isso ajudou na minha formação. Eu tinha mais rodagem que outros garotos e conseguia produzir mais, ter um outro entendimento do jogo”, conta ele.
Entretanto, apesar de descrever o trabalho brasileiro como “muito bom”, ele afirma que muitas coisas precisam melhorar, ainda mais na questão de desenvolvimento.
Experiência na NBA e reflexo no Brasil
Após ter sido escolhido pelo atual campeão da NBA, Gui Santos teve a oportunidade de atuar pelo time na Summer League e já conseguiu reparar nas diferenças entre os dois países.
“A maior diferença que eu reparei foi a velocidade. O NBB é um jogo mais lento e mais pensado. Nos Estados Unidos, é muito mais correria, loucura e cada um por si. Se você tiver de finalizar uma bola, você vai ter de finalizar, você não pode pensar”, explica Santos.
Segundo ele, na liga brasileira, a natureza dos jogadores é tentar “gastar o máximo [de tempo] que a gente consegue dos 24 segundo no ataque”. Já no campeonato americano, os segundos ficam longe de terminar. “Aqui não chega nem perto disso, se você estiver livre, precisa lançar a bola. Se não estiver, já acha o seu espaço”, pontua.
Gui também conta como o fato de ter sido draftado gerou “uma comoção para o pessoal que acompanha o basquete, principalmente NBA”. “Assim que eu voltei dos Estados Unidos, eu já pude perceber a diferença de quando eu saí para quando voltei, porque já era muito mais reconhecido, todo mundo já sabia quem eu era. Foi uma experiência muito legal, não só aqui nos Estados Unidos mas também essa volta para o Brasil depois de tudo o que aconteceu”, relata ele.
Recentemente, o atleta esteve em São Paulo para uma sessão de autógrafos na NBA Store, onde também atendeu os fãs. O evento reuniu muitas pessoas, o que foi uma supresa para o ala.
“Eu realmente não esperava todo mundo que apareceu lá. Para mim, foi muito bacana essa surpresa. Eu pude notar o quanto que o povo brasileiro está com expectativas boas em cima de mim. Foi incrível mesmo, maravilhosa a sensação de poder estar lá, de poder conversar com todo mundo que está me acompanhando e torce por mim. Não vejo a hora de voltar de novo”, conta.
Gui Santos também relata que já percebeu como a experiência mudou sua vida nesses últimos tempos, mas afirma que ainda tem muito para acontecer. “Ainda não tive tanto tempo para ficar muito feliz, porque eu ainda tenho muito o que fazer, ainda tenho que me firmar aqui. Então é um passo após o outro, né? Já consegui um passo importante, que é estar aqui dentro, estar perto dos caras e agora é em busca do próximo passo, que é se firmar na NBA”, diz ele.
Expectativas e conselhos
Agora, o brasileiro foca em seus objetivos. “Meus objetivos são os mesmos de sempre. Continuar evoluindo, principalmente fisicamente, tecnicamente e taticamente, sempre evoluir, continuar essa evolução constante e não parar. Todo ano, eu traço essa mesma meta de continuar evoluindo, coloco na minha cabeça o jogador que eu quero me tornar e corro atrás disso”, revela.
A experiência também influencia outros tantos jovens jogadores que têm a meta de atuar profissionalmente. Para Gui, o caminho para alcançar esse sonho é somente um: treinar.
“Tudo é treino. Se você quer mesmo alguma coisa, você vai treinar para alcançar isso. Foi o que eu fiz, eu treinei muito, durante a minha vida toda, desde muito novo. E hoje eu estou tendo a oportunidade de estar aqui. Aqui você vê o quão difícil é. As coisas não são tão fáceis quanto parecem. Então é muito trabalho, muito trabalho mesmo, treino e foco no que você quer”, aconselha.