Playoffs da NBA se encaminham para fases finais com roteiros inesperados
Pela primeira vez na história da Conferência, Leste tem os dois primeiros colocados de fora da decisão
atualizado
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Uma das críticas mais comuns feitas à NBA é de que a liga, quando chega em sua fase mais aguda, costuma ser bastante previsível. Em uma série de sete jogos, as estatísticas mostram que os times mais talentosos prevalecem com frequência.
De acordo com dados coletados pelo site Stats Zone até 2016, os dois primeiros colocados do Leste e do Oeste correspondem a 75% das equipes que chegam às Finais — considerando que Golden State Warriors e Toronto Raptors foram os campeões desde então, essa porcentagem aumenta um pouco; desde 1984, quando 16 times passaram a se classificar para os Playoffs, apenas um 8º colocado chegou às Finais (o New York Knicks da temporada 1998-99); e nunca um time que começou perdendo por 3 x 0, conseguiu a virada — diferentemente das outras grandes ligadas americanas.
Ou seja, em condições normais, a NBA não é uma liga que favorece surpresas. No entanto, 2020 está longe de condições normais.
Quando, em 11 de março, Rudy Gobert se tornou o primeiro jogador da NBA a ser diagnosticado com o novo coronavírus, a liga agiu rápido e, na mesma noite, resolveu suspender a temporada. Os jogos só retornaram quase cinco meses depois, em um complexo montado em Orlando, na Flórida, para diminuir as possibilidades de contágio de Covid-19.
Apesar de, até o momento, a “bolha” ter sido um sucesso em termos de garantir a saúde e segurança dos atletas, em termos competitivos, times que vinham tendo temporadas dominantes apresentaram dificuldades com a ausência de torcida e a quebra de ritmo.
O Milwaukee Bucks, por exemplo, foi o time de melhor campanha na temporada regular, com 56 vitórias e 17 derrotas, apresentou uma defesa histórica e tem o melhor defensor e provável jogador mais valioso da liga, em Giannis Antetokounmpo. O resultado? 4 x 1 para o Miami Heat na segunda fase dos playoffs.
O Toronto Raptors, segundo colocado do Leste, com 53 vitórias e 19 derrotas, vinha defendendo seu título de forma surpreendente após perder Kawhi Leonard, MVP das Finais passadas, com uma mistura de veteranos e jovens comandados por um brilhante técnico em Nick Nurse. O resultado? 4 x 3 para o Boston Celtics na segunda fase dos playoffs.
Essa é a primeira vez no Leste que nem o primeiro nem o segundo colocado se classificam para as Finais de Conferência. E não é coincidência que os dois times que conseguiram derrubar os líderes sejam formados por elencos maleáveis e comandados por técnicos conceituados na liga.
Oeste
Embora os Lakers de LeBron tenham seguido o roteiro esperado e eliminado o Houston Rockets em cinco jogos, na outra série do Oeste, a história está tomando rumos inesperados.
No começo da temporada, quando os Clippers conseguiram juntar Kawhi Leonard e Paul George, a outra franquia de Los Angeles se tornou uma das favoritas não só para fazer a Final do Oeste com os Lakers, mas também para ser a campeã da NBA. Para se ter uma ideia desse amplo favoritismo, observe os palpites de jornalistas americanos para a segunda fase contra o Denver Nuggets:
E aqui estamos, preparados para um Jogo 7 em que o bravo Denver Nuggets, liderados por Jamal Murray e Nikola Jokic, além de um surpreendente Michael Porter Jr., conseguiu apagar boa parte do favoritismo do poderoso Clippers.
Além do trio de Denver, outro fator que tem contribuído para o alongamento da série são os “apagões” dos Clippers. Durante a temporada regular, o pivô Montrezl Harrell já havia reclamado que o time parecia se achar capaz de “virar a chavinha” quando quisesse, mecanismo que tem pifado nestes playoffs.
Na noite desta terça (15/9), a equipe terá uma nova e derradeira chance para provar que, apesar da resistência dos Nuggets, eles ainda têm o roteiro do começo da temporada sob controle.
Confira mais detalhes sobre as transmissões desta terça:
19h30 – Boston Celtics x Miami Heat (ESPN)
22h – Los Angeles Clippers x Denver Nuggets (ESPN)