Patrocínio do BRB ao basquete do Flamengo polemiza nas redes sociais
Banco de Brasília vai aportar recursos na equipe carioca além de patrocinar o Universo. Ex-jogadores do DF questionaram decisão
atualizado
Compartilhar notícia
Em cerimônia no Palácio do Buriti, o Banco de Brasília (BRB) assinou, nesta segunda-feira (22/07/2019), dois contratos de patrocínio com os times de basquete profissional Universo/Brasília e Clube de Regatas Flamengo. Dirigentes e atletas dos dois clubes e da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) participaram da solenidade. O patrocínio do banco brasiliense ao rival Flamengo motivou discussões acaloradas nas redes sociais. Enquanto flamenguistas apoiam o aporte, que vai fazer de Brasília a segunda casa dos cariocas, torcedores e ex-jogadores da equipe do DF se manifestaram contra.
“Não acreditamos que seja uma repercussão negativa. Acredito que as pessoas não tinham noção da envergadura completa do programa. O projeto trata de que o BRB assume um papel de protagonista no basquete, tanto local quanto nacionalmente. Estamos patrocinando o Universo/Brasília, fizemos uma proposta para o Cerrado, que ainda não foi fechada. Ou seja, cobrimos os dois times de Brasília que têm condição de disputar a primeira divisão”, disse o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa.
De acordo com o mandatário da instituição financeira, apesar de ser do Rio de Janeiro, o Flamengo tem o maior percentual de sua torcida em Brasília. “Então, no fundo, estamos privilegiando os torcedores da cidade. O BRB tem planos de expansão, num primeiro momento regional, e do ponto de vista de banco digital, uma expansão nacional. Precisamos de marcas que tenham condição de proporcionar essa exposição positiva”, explicou.
Para o ex-jogador Pipoka, criado nas categorias de base do basquete da cidade, o patrocínio de um banco de Brasília a uma equipe de fora é uma “barbaridade”.
Opinião semelhante tem o também ex-atleta Frederico Rossi. Nascido em Brasília, o jogador é considerado um dos símbolos do basquete local por sempre levar a bandeira do DF nas comemorações dos títulos conquistados pela cidade.
O governador Ibaneis Rocha (MDB) defendeu o contrato. Para ele, o GDF decidiu apoiar os rubros-negros a partir do resultado de uma pesquisa de mercado. Segundo o emedebista, o estudo apontou o basquete como o esporte com maior potencial de levar uma imagem positiva do DF no mercado nacional. Nesse contexto, o Flamengo é a equipe mais vitoriosa no cenário nacional, com o maior número de títulos e de torcedores – são 33 milhões. O levantamento mostrou ainda que 59% dos brasilienses torcem pelo Flamengo.
“Nós temos o Flamengo hoje como um grande. Campeão e bem colocado em Brasília com toda sua torcida”, pontuou Ibaneis.
A opinião do governador é consenso entre alguns flamenguistas que se manifestaram nas redes:
Muita gente, de Brasília, reclamando do patrocínio do BRB no time de basquete do Flamengo. O banco pode estar pensando também na exposição em um time campeão, num esporte tradicional da cidade, que tem metade da torcida (futebol, mas ok) do DF. Não é só pra patrocinar os locais.
— Luiz Filipe (@luizfilipecm) July 22, 2019
Pode chorar! Quer comparar a visibilidade de um Flamengo com esses dois times q vc diz existir ? Ninguém conhece. Inclusive vc pois nem cita o nome dos dois. ???? Forte abraço!! #SRN
— Cícero (@coliveiran) July 22, 2019
Solenidade
Entre as autoridades que marcaram presença no evento denominado Brasília capital do basquete, estavam presentes, além do governador Ibaneis Rocha e do presidente do BRB, o secretário de Esportes, Leandro Cruz, a secretária de Turismo, Vanessa Mendonça, e o presidente da Liga Nacional de Basquete (NBB), Kouros Monadjemi.
De acordo com Ibaneis, torcedor do Flamengo, a intenção é incentivar um esporte que já tem identidade com a cidade. “Nós temos o Flamengo hoje como um grande time. Campeão e bem colocado em Brasília com toda sua torcida”, pontuou o emedebista.
O anúncio do patrocínio do BRB ao Flamengo traz também ao torcedor brasiliense uma novidade: a cidade será uma espécie de segunda casa do basquete rubro-negro. O vínculo com o clube da Gávea prevê a realização de 30% dos jogos do Flamengo como mandante em Brasília, uma medida inédita. Existe também a possibilidade de o Flamengo mandar as partidas da Liga dos Campeões, o novo nome da Liga das Américas, na capital federal.
Seleções
Além dos patrocínios, o GDF assinou protocolo de intenções com a Confederação Brasileira de Basquete (CBB). O objetivo do banco é transformar Brasília no centro de treinamentos de todas as seleções brasileiras de basquete. A ideia é fazer com que os selecionados nacionais de todas as categorias, masculinos e femininos, usem a capital federal como ponto de preparação para competições internacionais. Há ainda a previsão da criação de um museu nacional do basquete brasileiro.