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NBB: Cerrado promove ação inclusiva e abre as portas para projetos sociais

Clube da capital se espelhou na luta pelas pessoas portadoras de Síndrome de Down para fazer uma bola para o NBB

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Divulgação/Cerrado Basquete
“A bola do jogo”, Rafa Moreira e a bola voltada para Síndrome de Down
1 de 1 “A bola do jogo”, Rafa Moreira e a bola voltada para Síndrome de Down - Foto: Divulgação/Cerrado Basquete

A Penalty, em parceria com a Liga Nacional de Basquete (LNB), lançou o concurso “A Bola do Jogo” de 2021. Neste ano, as responsáveis por criar a bola são as equipes postulantes ao título do Novo Basquete Brasil (NBB). A ideia é fomentar o basquete nas comunidades de nosso país.

O Cerrado, um dos times da Capital Federal no torneio – o outro é o Brasília Basquete – , levou a sério o concurso e não quis saber de brincadeira. Com muita representatividade, a equipe propôs uma arte que tem com como foco a inclusão de pessoas portadoras de Síndrome de Down.

A inspiração para a ideia foi o filho mais novo do Ala/Armador Paulo Lourenço. Com oito meses, o menino nasceu com a Trissomia do cromossomo 21. Já a arte, também saiu de dentro do próprio clube: o ala Rafa Moreira.

O artista da equipe, inclusive, já demonstrou todo o seu talento no ano passado, quando desenhou um tênis com alusão ao autismo.

A ideia, segundo os dois atletas, surgiu enquanto os atletas estavam conversando dentro de quadra. Os próprios dirigentes do Cerrado levaram a pauta para eles. Foi aí que os atletas pensaram em fazer algo além do comum e tinham um exemplo dentro do próprio clube, que comprou a ideia e abraçou a causa.

Com o tema escolhido, eles foram atrás de pesquisas e inspirações. Os jogadores correram atrás e descobriram a história conhecida com “Rock Your Socks”, que celebra o Dia Internacional da Síndrome de Down. Criado por uma sueca, que tem uma irmã portadora da condição, e se baseia em meias coloridas e com pares diferentes. “Se você colocar as meias de costas para outra, com os calcanhares juntos, em uma superfície forma um cromossomo”, disse Rafa Moreira.

Com a ideia na cabeça, o ala também pensou em algo para deixar a bola ainda melhor. “Eu fui atrás do Paulo e falei com ele e a esposa dele. Eu tive essa ideia de colocar a mãozinha na bola para dar um impacto mesmo”, comentou o jogador.

Com a proposta pronta, Paulo gostou muito do tema e, ainda mais, de colocar seu filho no jogo. “Foi uma felicidade enorme saber que o Cerrado ia abraçar e comprou a nossa ideia, que seria realmente sobre isso e que o Tiaguinho iria participar. Eu falei com a minha esposa e foi uma felicidade enorme tratar sobre esse tema muito importante para a gente e para a sociedade”, pontuou.

Tiago deixa a sua marca na bola do Cerrado sobre inclusão social

 

O processo foi feito na casa do Ala/armador, pensando no melhor para Tiago. Com uma voz bastante feliz e emocionado, provavelmente lembrando daquele momento, ele descreveu a cena. “O processo da mãozinha foi muito legal. No início, a gente ficou meio sem saber como seria, mas o Tiago é uma pessoa muito tranquila. A gente pegou a mão dele, ele abrindo um sorrisinho, ficando quietinho esperando a gente passar a tinta, a reação dele vendo passar aquele líquido diferente na mão dele. Ficou bem legal e foi um momento muito incrível ver a alegria dele, a nossa também de estar fazendo isso com ele”, contou o jogador.

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Tiago é uma criança muito tranquila e ficou muito feliz com a tinta na mão. Todo o processo foi feito na casa de Paulo, para que o pequeno se sentisse bem
Tiaguinho admira a "Bola do Jogo" do Cerrado, inspirada nele
"Enquanto houver amor, não terá diferenças"
As mãozinhas na bola foram feitas por Tiago, de oito meses, que é portador da Síndrome de Down
O ala Rafa Moreira foi o artista que desenhou a bola do Cerrado.
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Tiago deixa a sua marca na bola do Cerrado sobre inclusão social

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Tiago é uma criança muito tranquila e ficou muito feliz com a tinta na mão. Todo o processo foi feito na casa de Paulo, para que o pequeno se sentisse bem

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Tiaguinho admira a "Bola do Jogo" do Cerrado, inspirada nele

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"Enquanto houver amor, não terá diferenças"

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As mãozinhas na bola foram feitas por Tiago, de oito meses, que é portador da Síndrome de Down

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O ala Rafa Moreira foi o artista que desenhou a bola do Cerrado.

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As meias com os calcanhares unidos, formam os cromossomos e foi idealizada Nathea, uma sueca que tem uma irmã com Síndrome de Down e iniciou o movimento "Rock Your Socks"

Divulgação/Cerrado Basquete

Com o passar da produção, Rafa Moreira conta que sempre compartilhava o andar da carruagem com os seus companheiros. “Eu ia fazendo uma exposição da bola na quadra e todo mundo comprou a causa, todo mundo apoiou, acharam muito legal”, contou ele, que ainda disse, aos risos, que não deixava ninguém tirar foto do objeto.

Com a ideia finalizada, chegou o momento de mandar o artigo esportivo para o NBB. Agora, eles esperam o resultado da votação. Entretanto, Rafa garantiu que o resultado do concurso é o que menos importa no momento.”Também pela inspiração, a gente pode não ganhar, mas às vezes não é ganhar o concurso, mas a causa, a bandeira que a gente está levando, usar essa bandeira”, completou ele.

Inclusão e exemplo

Vindo de um projeto de inclusão social, Rafa Moreira avalia que os jogadores pouco fazem para a causa e busca difundir mais a mensagem. “É muito importante. A gente deveria fazer muito mais, não só o basquete, mas o esporte em si, porque é muito maior do que qualquer outra coisa. Nós somos influenciadores e temos que ter essa iniciativa”, declarou o ala/armador, reforçando que essas ações enchem os olhos dele e que sempre estará disponível para tal.

E a ideia é manter a inclusão para a volta do público. “Nós queremos que eles acompanhem os nossos jogos nas arquibancadas, entrar na quadra. O esporte é para todos e não podemos deixá-los de fora”.

“O esporte é para todos, ninguém pode falar qual é o limite de cada um. A ideia é levar o esporte ao limite, tanto eu levar ao meu, quanto eles levarem ao deles”, Rafa Moreira

Paulo Lourenço também comemorou o assunto tratado e concordou com seu companheiro de equipe. “Isso Representa muito, porque a gente vive em um mundo que a inclusão social é algo necessário, a gente precisa faler sobre isso, precisa debater sobre isso, porque é uma pauta que realmente nossa sociedade, no momento em que estamos, precisa disso. Então, quando eu soube que o Cerrado faria isso, foi mergulhar de cabeça, correr atrás de ideias porque isso representa muito para mim e para minha família, mas também representa muito para a nossa sociedade”, completou o jogador.

Votação

A data limite para enviar a bola para o NBB foi na última quarta-feira (22/9), prazo seguido à risca pelo clube. A escolha será feita pelo público, que poderá votar no site da penalty, de 29/9 até 15/10.

Aquela que contar com a maioria dos votos será utilizada na abertura do torneio e, posteriormente, leiloada, cujo valor será destinado ao clube responsável pela arte. Por sua vez, a agremiação escolherá um projeto social para ser contemplado.

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