Não se surpreenda com a temporada de Chris Paul pelo Thunder

Quando o Oklahoma City Thunder trocou Paul George e Russell Westbrook, seus dois melhores jogadores, na última off-season, por um caminhão de escolhas de draft, um jovem talento e um armador veterano cujos melhores anos pareciam ter ficado para trás, grande parte da mídia especializada cravou que esta seria uma temporada de reconstrução para a franquia. As casas de apostas previram cerca de 30 vitórias. Ambos parecem ter se esquecido que o armador veterano era Chris Paul.

CP3 tem sido o líder veterano de uma jovem equipe que já soma 40 vitórias na temporada. Apesar da surpreendente campanha, o armador está acostumado a elevar o teto de suas equipes. Ele fez isso já como um calouro, pelo New Orleans Hornets. A franquia tinha vencido 18 partidas antes de Chris Paul chegar. Com ele no elenco, foram 38 vitórias.

O Chris Paul calouro do ano na temporada 2005-06 tinha 20 anos. O atual tem 34 e continua fazendo a diferença, sendo, estatisticamente, o jogador mais decisivo do campeonato até aqui. O feito é impressionante, especialmente considerando a forma como o armador saiu de Houston. Após uma série de lesões, CP3 parecia estar se movendo para um outro momento da carreira.

Você pode atribuir esse rejuvenescimento à mudança em seus treinamentos, à sua nova dieta vegana, a jogar em uma franquia com expectativas mais modestas, e um elenco jovem disposto a seguir seus ensinamentos. Mas você estaria esquecendo da característica que melhor descreve Chris Paul: sua competitividade.

“Eu o descreveria como um pitbull que travou a mordida e não vai destravar por nada”, disse Trevor Ariza, seu ex-companheiro. “Ele sempre foi um líder incrível. Se isso está dentro de você, é difícil segurar”, declarou Tyson Chandler, outro ex-colega de equipe.

Em algumas oportunidades, essa determinação e compromisso com o jogo, o qual o próprio Chris Paul admitiu que o fazem parecer um sargento, não agradaram alguns de seus companheiros. Em Oklahoma, havia o receio de que a relação com Paul poderia se tornar difícil, dada as perspectivas baixas que o time poderia oferecer a um armador de 35 anos ainda em busca de seu primeiro anel. Algo que acabou se revelando longe da verdade. Em todos os sentidos.

“Eu não estou sabendo dos rumores. Eu só sei fazer isso de um jeito. Ambos os meus pés estão dentro do círculo e você vai ter tudo o que eu sou capaz de dar para esta organização”, disse Paul para o técnico Billy Donovan, assim que chegou à cidade. E desde então, ele vem cumprindo a promessa. Não só dentro de quadra, se mantendo livre de lesões — ele jogou 63 de 64 jogos — e voltando a ser um all-star após três anos, como também fora dela, atuando como um mentor para o jovem elenco do Thunder.

Seja com conselhos sobre bons hábitos e mulheres para Darius Bazley e Shai Gilgeous-Alexander, ou comprando ternos sob medida para todos os seus companheiros, Chris Paul tem sido “tudo o que Oklahoma esperava e mais”, disse o GM Sam Presti.

“Seu profissionalismo, sua mentalidade e maturidade têm sido de outro mundo. Nós estamos passando por uma transição também, então é meio poético como ele retornou a esse ponto na linha do tempo, e como ele tem elevado o nosso time”, finalizou.

Poético? Sim. Surpreendente? Jamais. Um dos maiores maiores competidores da NBA, Chris Paul está simplesmente fazendo o que sempre fez: liderar.