Media Day da NBA tem “guerra” de jogadores contra a vacina de Covid-19
Atletas como Bradley Beal e Andrew Wiggins afirmaram que não vão se imunizar e citaram razões pessoais e religiosas
atualizado
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Falta pouco menos de um mês para a temporada 2021/22 da NBA começar e, mesmo antes de a bola subir, a liga já terá que lidar com uma crise. No Media Day, evento em que os elencos novos são apresentados e jogadores respondem a perguntas da imprensa, diversos atletas reafirmaram uma postura anti-vacina.
A polêmica já vinha se desenhando quando a revista Rolling Stone publicou uma matéria afirmando que Kyrie Irving teria curtido publicações em seu Instagram de perfis dedicados a teorias da conspiração. Uma delas afirma que sociedades secretas estariam usando o imunizante para implementar chips em jogadores negros para conectá-los a um super computador.
No Media Day, Kyrie assumiu uma postura menos radical. Quando perguntado sobre seu status em relação à vacina, o armador afirmou que manteria o assunto privado. Mesmo motivo usado por Bradley Beal, do Washington Wizards, para afirmar categoricamente que não se vacinou.
“Não me vacinei por motivos pessoais. Eu perguntaria a quem está sendo vacinado: ‘Por que vocês ainda estão pegando Covid?’ Você ainda pode se contaminar e transmitir se estiver vacinado. Então… Alguma pessoas têm reações ruins à vacina, e ninguém quer falar sobre isso”, questionou o camisa 3.
“Não sinto pressão (para se vacinar) e não acho que você pode pressionar ninguém a fazer coisas, ou colocar coisas em seu corpo. Não acho que isso possa se tornar uma distração. Vamos jogar basquete no mais alto nível. Temos protocolos e medidas em vigor para garantir que somos atendidos e testados regularmente”, concluiu.
Motivos religiosos
Outro jogador que afirmou que não pretende se vacinar é Andrew Wiggins, do Golden State Warriors. O ala chegou a pedir uma licença religiosa para a NBA para justificar sua escolha por não receber o imunizante. O pedido foi negado pela liga.
Durante o Media Day, o atleta negou a detalhar seus motivos para não querer se vacinar, adotando uma postura desafiadora. No caso de Wiggins, assim como o de Kyrie, os atletas seriam impedidos de participar dos jogos de Warriors e Nets, devido aos protocolos de saúde na Califórnia e em Nova York. Quando perguntado se sabia quantos milhões poderia custar a postura, Wiggins respondeu: “Eu sei. E não é da sua conta”.
Jonathan Isaac, do Orlando Magic, também tem assumido uma postura negacionista. Há alguns dias, ele declarou, em apoio a Kyrie Irving. “Médicos são só pessoas, e você não pode confiar 100% nas pessoas. Se você já é vacinado, por que essas pessoas ainda têm que usar máscara? Pra que ela serve? E se o Kyrie Irving pensa assim, meus elogios para ele”, disse.
Movimento contrário
Apesar das posturas de Isaac, Kyrie, Wiggins e Beal, um número de jogadores da NBA declarou estarem vacinados. Ja Morant, jovem estrela do Memphis Grizzlies, disse que o fez pela sua filha, um bebê. “Eu me vacinei logo que possível. Eu tenho uma filha bebê. Eu viajo muito. Eu não posso levar Covid para ela”.
Damian Lillard, do Portland Trail Blazers, também demonstrou empatia pela sua família para justificar sua decisão de se vacinar, embora tenha dito respeitar a decisão pessoal de cada um, fala semelhante a de jogadores como Stephen Curry e Donovan Mitchell. “Eu tenho muitos familiares próximos. Eu não vou arriscar a vida deles”, disse a estrela dos Blazers.
Uma das falas mais poderosas criticando os jogadores que têm adotado uma postura anti-vacina veio de uma das lendas do jogo. Kareem Abdul-Jabbar, maior cestinha da NBA e dono de seis anéis de campeão, afirmou: “Não existe espaço para jogadores que estão dispostos a arriscar a saúde e vida dos seus companheiros, da equipe e dos fãs por não entenderem a seriedade da situação ou fazer a pesquisa necessária”, afirmou.
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