Magic Paula detona: “Basquete brasileiro parou no tempo”
Campeã mundial pelo Brasil em 1994, ex-jogadora teceu duros comentários sobre o atual momento da modalidade no país
atualizado
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A uma semana do início do torneio de basquete dos Jogos Pan-Americanos, que não terá a Seleção Brasileira masculina entre os participantes, uma das maiores jogadoras da modalidade não se furtou em cravar: “o basquete brasileiro parou no tempo”. Maria Paula Gonçalves da Silva, a Magic Paula, teceu duros comentários sobre a situação atual e parte do passado, quando o país chegou a conquistar o Mundial Feminino, em 1994. A entrevista foi dada ao blog Bala Na Cesta.
“Na nossa época a gente tinha muito de cobrar, de querer saber, de exigir, de pedir melhoria na estrutura pra melhoria da performance. Não vejo isso hoje. Vejo que a gente parou no tempo neste sentido. Lá atrás também era muito precária a questão da base. Havia os ídolos, e esses ídolos puxavam esse carro de mais gente jogando. A Janeth mesmo, que viu a gente jogando e se apaixonou”, disse, ao ser perguntada sobre o que mudou em relação às categorias de base no basquete desde os tempos em que ela era atleta.
A ex-camisa 8 também falou sobre uma eventual equiparação entre mulheres e homens em relação a salários e visibilidade. Magic Paula, porém, alertou que ainda há um caminho a ser percorrido para que, enfim, os dois estejam em pé de igualdade.
“Não dá para pedir de uma hora para outra equiparação de salário nem visibilidade. O esporte feminino já cresceu muito, embora todos saibamos do espaço para caminhar ainda. O resultado dessa discrepância é o resultado da visibilidade que o masculino ainda tem, ainda muito maior. O esporte foi feito para o homem, a gestão esportiva, as pessoas que comandam são quase todos homens que têm a mentalidade do esporte masculino. A luta tem que continuar, embora torça para as coisas mudarem”, sentenciou.