Jimmy Butler está em casa na cultura trabalhadora do Miami Heat
Após ter sito rotulado como um companheiro de time problemático, o ala/armador se encontrou na cultura estabelecida por Pat Riley
atualizado
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A ética de trabalho e a competitividade de Jimmy Butler já são famosas na NBA. Quem poderá esquecer o lendário treino em que Butler e os reservas do Timberwolves venceram Karl-Anthony Tows e Andrew Wiggins, os dois melhores jogadores de Minnesota na época? Ou mais recentemente, quando um segurança do hotel Grand Destino Tower, em Orlando, teve que ir ao quarto de Jimmy às 3h30 devido a reclamações de barulho e encontrou o ala/armador pingando de suor e com roupas de treino?
Ao longo da carreira de Butler, tal ímpeto competitivo foi confundido — e se confundiu — com uma personalidade difícil. Em Chicago, após elevar seu status de 15º jogador do time para estrela da franquia, Jimmy usou a imprensa para criticar o técnico Fred Hoiberg, os seus jovens companheiros e Rajon Rondo; em Minnesota, Butler forçou sua saída após julgar que os maiores talentos não estavam se esforçando o suficiente; em Philadelphia, Jimmy abandonou o barco por uma aparente falta de comando.
Talvez, por tudo isso, Miami seja o destino ideal para ele. Como o próprio técnico Erik Spoelstra diz, “Nós não somos fáceis. Não somos. Até a comissão técnica. Não somos”. Spoelstra se refere à cultura do Heat, que prega uma mentalidade trabalhadora, sem distrações, capaz de colocar até atletas como Dion Waiters em forma. “Ninguém aqui tem agendas particulares. Não é sobre estatísticas, fama ou dinheiro. É sobre vencer um campeonato e nós somos capazes disso”, atestou Butler, à ESPN, logo após chegar a South Beach.
Um dos principais responsáveis por instituir essa cultura em Miami é o atual presidente da franquia, Pat Riley. Não se engane pelo cabelo engomadinho e pelos ternos caros. Riley é um cara durão. Em seus tempos de jogador na escola, Riley levou uma cotovelada no rosto que arrancou um dente da frente. Segundo um colega que participava da partida, Pat simplesmente chutou o dente para fora da quadra e continuou jogando.
Dez vezes campeão da NBA — uma como jogador, uma como assistente técnico, cinco como treinador, duas vezes como presidente e uma como presidente E treinador –, Riley sabe montar elencos campeões. Após o showtime Lakers, não conseguiu superar o Chicago Bulls de Michael Jordan, mas deixou o legado de um time brigador em Nova York. Em Miami, venceu com Wade e Shaq e, depois, com LeBron, após ter convencido o craque a ir para o Heat exibindo seus anéis de campeão.
Depois de James ter deixado a franquia, a cultura permaneceu, mas o Heat procurava desesperadamente de um jogador que personificasse essa mentalidade. Parece ter achado em Butler, que espera liderar a franquia a uma forte campanha nos playoffs após uma única disputa de segunda fase nos últimos cinco anos (a equipe ficou de fora da pós-temporada em três ocasiões).
Outro testamento da forma de trabalhar do Heat está na evolução do seu elenco de apoio. Com Duncan Robinson, Kendrick Nunn, Tyler Herro e, principalmente, Bam Adebayo, além do recém-adquirido Andre Iguodala, Butler terá companhia de qualidade na missão.
Apesar do otimismo, Pat Riley e o Miami Heat não vivem de nomes e potencial. “Eu gosto dos nossos jogadores, mas vocês me conhecem, eu não sou muito paciente. Eu quero construir outro time campeão. E nós estamos perto. Não sei se precisamos de outro jogador. O ponto é que nós estamos no páreo e somos candidatos ao título. E eu estou orgulhoso disso”, afirmou Riley.
Butler pensa exatamente como seu presidente. E seu treinador. E seu elenco de apoio. Após ter sido rotulado como um jogador problemático, Jimmy finalmente encontrou uma casa.