Inspirados por Kobe, Lakers e LeBron querem finalizar temporada com título
Após uma primeira temporada com resultados abaixo do esperado, LeBron James tem liderado a equipe em meio a dificuldades e tragédias
atualizado
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Quando o Los Angeles Lakers anunciou a contratação de LeBron James, em 1 de julho de 2018, a conclusão lógica era de que os torcedores do time deveriam, todos, ter pulado de alegria. Afinal, uma das franquias mais orgulhosas da NBA, com 16 títulos, que não sabia o que era participar dos playoffs há cinco temporadas e passava por questões administrativas, acabava de se reforçar com o maior jogador de sua geração — e um dos melhores da história. A aquisição, no entanto, não foi uma unanimidade.
“Como ele pode ser um rei se acabou de chegar?”, perguntavam os fãs de um time com uma corte já estrelada: Jerry West, Elgin Baylor, Wilt Chamberlain, Magic Johnson, Shaquille O’Neal…a lista é longa. Essa sensação de estranhamento com LeBron foi intensificada após os resultados decepcionantes de sua primeira temporada em Los Angeles: um recorde de 37-45, lesões, confusões fora de quadra e nova ausência dos playoffs.
Apesar dos maus resultados, um dos principais fatores que motivaram o movimento anti-LeBron em Los Angeles foram as comparações com Kobe Bryant, o último grande Laker, cujos feitos e conquistas ainda estão bem vivos na memória dos angelinos. Eles não iriam deixar o posto ocupado por um dos seus filhos preferidos ser tomado por alguém que não foi “criado” na cidade e (ainda) e não venceu com a camisa dourada e roxa.
LeBron e Kobe nunca se encontraram em finais e mantinham uma relação amistosa e de respeito. Pouco antes de James ultrapassar Bryant na lista dos maiores pontuadores da história, o Black Mamba defendeu o recém-chegado. “Ele é parte da nossa irmandade, parte da nossa fraternidade, e nós devemos abraçá-lo como um de nós”. E daí a tragédia aconteceu.
Um dia depois de LeBron ter se tornado o terceiro maior cestinha da NBA, com a camisa dos Lakers, em Philadelphia, cidade onde Bryant nasceu, um acidente de helicóptero tirou a vida de Kobe, sua filha Gigi, de 13 anos, e outros sete passageiros.
No primeiro jogo dos Lakers, uma semana após a morte de Kobe, LeBron, como líder do time, fez um discurso improvisado, do coração. “Mesmo antes de eu vir pra cá, eu sempre ouvi sobre como a Laker Nation é uma família. E eu absolutamente vi isso essa última semana. Não só de jogadores, da comissão técnica, da organização, mas de todo mundo”.
LeBron falou sobre o legado de Kobe e sobre como quer, junto de seus companheiros, continuar a honrar a herança de Bryant. Ao final de sua fala, havia poucos olhos secos no Staples Center, e os rosto dos torcedores finalmente pareciam ter aceitado: LeBron entende a tradição e é um de nós.
Em uma das temporadas mais tumultuadas da história, os Lakers, liberados por LeBron e inspirados pelo espírito de Kobe, entram na reta final do campeonato como um verdadeiro contender, um time competitivo, muito mais próximo dos que os exigentes fãs de Los Angeles estão acostumados.
“Não há um dia em que eu não pense nele e em Gigi, Vanessa e as meninas. Eles são parte da família, tão grandes quanto qualquer um na história desta organização. Então nós ainda usamos os números 24, 8 e 2 com orgulhoso e em recordação da grandeza deles”, disse LeBron recentemente.