metropoles.com

Federação Paulista: Documentos apontam ausência de R$ 200 mil

O presidente da Federação Paulista reconheceu a veracidade dos documentos obtidos pela reportagem

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Divulgação/Federação Paulista de Basketball
Enyo-Dauro
1 de 1 Enyo-Dauro - Foto: Divulgação/Federação Paulista de Basketball

Documentos obtidos com exclusividade pela reportagem apontam uma diferença de R$ 201.793,00 nas contas da Federação Paulista de Basketball em 2019, após o presidente Enyo Correa, reeleito para quadriênio 2020-2024 em dezembro, realizar diversas transferências bancárias da conta da FPB para a da SPM Comércio e Promoção de Eventos Esportivos, sua empresa, ambas no Banco do Brasil, e vice-versa, durante todo o ano passado.

Ao todo foram 87 transferências da conta da FPB para a da SPM no valor de R$ 1.335.350,00 e outras 148 da conta da empresa para a da entidade, totalizando R$ 1.133.557,00. Questionado pela reportagem, Enyo não explicou o motivo das transações para sua empresa nem o destino da diferença de R$ 201.793,00. A última transferência de 2019 foi realizada no dia 30 de dezembro, quando R$ 32 mil foram enviados da conta da FPB para a da empresa.

“Qualquer opinião sobre movimentações estará disposta no balanço a ser apresentado, quando então serão esclarecidos eventuais questionamentos e demonstradas a origem e o destino de valores monetários”, explicou Enyo, por meio de nota. “Os dados serão apresentados na prestação de contas do ano em assembleia competente, cujo balanço estará à disposição”, completou.

O presidente da Federação Paulista reconheceu a veracidade dos documentos obtidos pela reportagem ao confirmar, também em nota, que os mesmos foram alvo, segundo ele, de um furto virtual e que há uma perícia em andamento na FPB para descobrir o responsável por vazá-los.

A SPM, segundo afirmou Enyo, foi criada apenas para uma situação emergencial. A empresa, que é uma Eireli (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada), emitiu boletos de cobranças – primordialmente para o recebimento do pagamento de taxas dos clubes – em nome da FPB de dezembro de 2017 até junho de 2018 por ocasião do bloqueio das contas da entidade por causa de dívidas. A manobra é alvo de investigação da Polícia Civil, que pediu o indiciamento de Enyo pelo crime de estelionato, em agosto de 2019.

O Ministério Público fez alguns pedidos à polícia para dar continuidade ao processo e determinou segredo de Justiça. A investigação é conduzida pelo 65º Distrito Policial de São Paulo, localizado em Artur Alvim, próximo da estação de metrô de mesmo nome onde os boletos da SPM foram encontrados por uma pessoa e entregues no DP em 30 de julho do ano passado.

Segundo a apuração, os investigadores receberam os dados da conta pessoal do presidente na última sexta-feira (10/01/2020), após o pedido de quebra do sigilo bancário de Enyo ter sido atendido, e esperam receber os da conta da FPB e da SPM nesta semana.

Apesar da investigação em andamento, o dirigente se reelegeu em dezembro do ano passado em uma eleição bastante polêmica. A chapa de oposição, formada por Marco Antonio Aga, Antonio Souza e Paulo Tadeu, entrou com uma ação para suspender o pleito alegando ilegalidade na votação do novo estatuto, ocorrida em 2017.

Na ação, a advogada Erika Parisi de Oliveira Machado pediu a suspensão dos efeitos da alteração do estatuto realizada em uma suposta assembleia geral extraordinária datada de 31 de maio de 2017 e registrada apenas em 26 de junho de 2019. Segundo o pedido, as pessoas que assinaram o documento ou eram funcionários da entidade ou representantes de clubes sem poder de voto, como o ex-diretor do EC Pinheiros, Carlos Osso. Ele chegou a enviar notificação ao presidente da FPB para ter o nome retirado do documento 15 dias antes do pleito.

O pedido de suspensão da eleição não foi aceito, mas o processo para invalidar o estatuto continua em andamento. A chapa de oposição, no entanto, não conseguiu atender aos requisitos determinados por Enyo para se inscrever no pleito e ele foi reeleito sem necessidade de votação. Ao todo 27 dos 48 clubes filiados à FPB compareceram à sede da entidade no dia 20 de dezembro.

Despesas
Os documentos obtidos pela reportagem mostram ainda que Enyo, além de receber salário como presidente da FPB – situação prevista na Lei Pelé -, teve diversas despesas pagas pela entidade, como aluguel e condomínio do apartamento em que mora em São Paulo.

Enyo informou que os seus gastos são baseados nos benefícios recebidos pelo antecessor. Ele assumiu o cargo na FPB após o então presidente Antônio Chakmati morrer em 2015. “Tenha a certeza de que todas as ações referentes a despesas envolvendo este diretor foram informadas à diretoria, baseado sempre nas despesas do antecessor. Para se ter uma ideia, o antecessor dispunha de uma assistência médica cujo montante somente dele atingia um valor de R$ 6.000,00, o que não ocorre atualmente”, defendeu-se Correa, em nota.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comEsportes

Você quer ficar por dentro das notícias de esportes e receber notificações em tempo real?