Escolhido no Draft da NBA, Didi projeta futuro da carreira
Jogador do Franca (SP) foi o primeiro brasileiro a ser escolhido no “vestibular” da liga norte-americana desde 2014
atualizado
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Às vésperas de completar 20 anos, o ala/armador Marcos Louzada, o Didi, se prepara para aquela que deve ser a maior mudança em sua vida. Isso porque no Draft da NBA, realizado no último dia 20 de junho, o capixaba se tornou o primeiro brasileiro a ser escolhido por uma equipe da prestigiada liga de basquete dos Estados Unidos desde Bruno Caboclo, selecionado em 2014.
A temporada 2018/2019 foi a primeira em que o jogador conseguiu atuar por mais de 15 minutos por jogo e as boas apresentações, aliados à característica física (forte para a idade e com boa envergadura), foram suficientes para atrair a atenção de olheiros da NBA: selecionado pelo Atlanta Hawks, Didi foi envolvido em uma troca e deve jogar pelo New Orleans Pelicans. O Metrópoles conversou com exclusividade com o mais novo representante do Brasil na NBA e o resultado desta entrevista você confere abaixo.
Durante a semana, você não deixou de esconder a ansiedade e o nervosismo por estar no Draft e por ser cotado para ser um dos escolhidos. Pode contar um pouco mais sobre como foi a noite da seleção e o que você sentiu quando ouviu seu nome ser anunciado?
Foi um sonho se realizando. Não sei bem explicar o que estava sentido, o que senti naquela hora. Eu estava ansioso, claro, me sentindo bem em estar ali, no Draft, com a possibilidade de ser selecionado por uma franquia. Quando ouvi meu nome sendo anunciado, não consegui pensar em nada a não ser em dar um abraço na minha mãe, porque ela sempre esteve ao meu lado em todos os momentos e essa conquista também é dela. Estou muito feliz.
A expectativa era de que você fosse escolhido mais próximo da 50ª escolha. Foi uma surpresa ser escolhido tão cedo no segundo round?
Tentei não me envolver com isso desde o início. Sabia que era algo que não dependia de mim. Tinha um objetivo, mais do que isso, um sonho de ser draftado, e deu certo. Foi um dos momentos mais felizes da minha vida. Agora é seguir trabalhando, focado, dedicado, para que mais coisas boas possam vir pela frente.
O que a escolha no Draft significa pra você?
É a realização de um sonho, fruto de um trabalho duro, sério e de muita dedicação. Fiz o meu melhor, faço sempre o melhor que posso, e se não tivesse sido escolhido, não significaria que eu não tinha feito o melhor que podia. Estou muito feliz, uma alegria que divido com minha família, minha mãe, minha avó, que faleceu há poucas semanas, meus amigos, companheiros de times, enfim, com todos que me ajudaram todos esses anos. É uma conquista que tem um pouco de cada um deles.
Como fica a sua vida a partir de agora? Já conversou com o novo time? Existe alguma previsão de mudança para os EUA?
Ainda não sei. Tenho conversado muito com o meu agente e só vou saber mais detalhes, do que vai acontecer e como serão as coisas, nas próximas semanas.
Uma mudança tão grande assim na carreira, tão próxima do Mundial, em que você deve ser um dos 12 convocados, muda um pouco a perspectiva do campeonato? Acha que você vai atrair mais atenção?
Quero muito ser convocado para a Copa do Mundo. É uma competição enorme, de altíssimo nível, e poder representar o meu país é algo que me orgulha. Sempre foi um sonho poder vestir a camisa da Seleção Brasileira e espero poder defender o Brasil na China.
O Mundial marca a possível despedida de uma geração. Espera que a sua comece a se afirmar também na Seleção?
Quero estar no Mundial, espero ter essa chance de fazer parte do grupo. Espero que a Seleção Brasileira possa fazer um grande campeonato e trazer um bom resultado da China.