Chris Paul desafia mortalidade e faz Phoenix Suns ressurgir das cinzas
Aos 35 anos, CP3 será um dos responsáveis por fazer a franquia retornar os playoffs após mais de uma década
atualizado
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Com a vitória sobre o Utah Jazz, que vinha sendo o melhor time da temporada, na noite dessa quinta (7/4), o Phoenix Suns solidificou sua posição como 2º melhor time da Conferência Oeste, com um recorde de 36 vitórias e 14 derrotas, a frente de times como Los Angeles Lakers, Clippers e Denver Nuggets.
Caso a classificação para os playoffs se confirme, será a primeira vez que a franquia do Arizona estará na pós-temporada desde 2009-10, quando o time era liderado pelo armador Steve Nash, duas vezes MVP da liga. Uma década depois, outro lendário armador é responsável por fazer Phoenix ressurgir das cinzas.
Prestes a fazer 36 anos, Chris Paul continua desafiando a mortalidade de um atleta. Antes da temporada passada, quando o jogador foi trocado pelo Houston Rockets para o Oklahoma City Thunder, um time recheado por jovens e assumidamente em reconstrução, os analistas que cobrem a NBA especularam que, sem chances de ser competitivo, a temporada “desperdiçada” por um armador de 34 anos e com um passado de lesões representaria o seu declínio.
O resultado: com uma dieta renovada e mais vontade de provar que seus críticos estavam errados, CP3 exibiu seu velho basquete cerebral e liderou o jovem Thunder a uma surpreendente campanha de 44 vitórias e 28 derrotas, o suficiente para a 5ª melhor campanha do Oeste.
Quando o Phoenix Suns adquiriu Chris Paul via troca enviando Abel Nader, Kelly Oubre Jr., Ricky Rubio, Ty Jerome, Jalen Lecque e uma escolha de primeira rodada para Oklahoma, o time do técnico Monty Williams desejava ver resultados semelhantes ao que CP3 entregou não só em OKC, mas em todos os times que atuou na carreira (veja tabela abaixo). Dito e feito.
Melhor com ele – confira a diferença no aproveitamento de vitórias de cada time antes e com CP3:
Hornets
Antes de CP — .220%
Com CP — .463%
Clippers
Antes de CP — .390%
Com CP — .606%
Rockets
Antes de CP — .671%
Com CP — .793%
Thunder
Antes de CP — .598%
Com CP — .611%
Suns
Antes de CP — .466%
Com CP — .720%
Pós-temporada
Com médias de 16.3 pontos por jogo, 4.7 rebotes e 8.8 assistências, Chris Paul continua tendo o mesmo impacto coletivo de seus melhores dias, fornecendo liderança, uma defesa sólida, um confiável jogo de meia distância, distribuindo e controlando o ritmo do jogo e das ações dos outros nove homens em quadra.
O que o Phoenix Suns espera de diferente com CP3 na atual temporada seja o seu retrospecto em playoffs. Apesar do currículo invejável, que inclui 11 seleções para o All-Star Game, 8 seleções para os times ideais da NBA, 9 seleções para os times defensivos, o título de Melhor Calouro da Temporada (2006), quatro títulos de Assistências e a posição número 6 na lista de Assistências em todos os tempos, o sucesso do armador em playoffs não está à altura de sua carreira.
Em 16 temporadas na NBA, o mais longe que Chris Paul chegou foi na temporada 2017-18, quando o seu Houston Rockets forçou o poderoso Golden State Warriors a um Jogo 7 na Final da Conferência Oeste. Devido a uma lesão muscular sofrida no Jogo 5, o armador perdeu os dois últimos jogos da série, e os Rockets foram eliminados.
Antes disso, CP3 passou por algumas lesões traumáticas com o Clippers, que tinha um time considerado forte o suficiente para atingir as Finais da NBA. Já com o Thunder, na temporada passada, Paul foi eliminado ainda na primeira rodada por sua ex-equipe.
Independentemente da falta de um anel de campeão em seu vitorioso currículo, Chris Paul segue ensinando a jovens armadores o que significa ser um general em quadra e dando ao Phoenix Suns a melhor chance possível de voltar a ser uma franquia relevante. Em contrapartida, Devin Booker, DeAndre Ayton e Cia. podem ajudar o veterano a estender e acrescentar mais louros à sua carreira.