Carmelo Anthony merece estar na NBA, mas ele ainda tem algo a provar
Após ficar 11 meses no limbo da liga, Anthony e os Blazers agora lutam por uma vaga nos playoffs
atualizado
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Poucos são os jogadores que conseguem se aposentar da NBA como Michael Jordan fez em 1998. Na maioria dos casos, ou o corpo avisa que é hora de parar (ex: Larry Bird), ou as equipes, ao não demonstrar interesse em sua contratação, deixam entender que seus serviços não são mais necessários (ex: Allen Iverson, Tracy McGrady). Carmelo Anthony parecia destinado a fazer parte desse último grupo.
Melo foi dispensado de Houston depois de apenas 10 jogos na temporada passada. Durante 11 meses, ele viveu no limbo da NBA, com nenhuma equipe demonstrando interesse em contratá-lo. A narrativa dominante era de que Anthony, aos 35 anos, tinha dificuldade em aceitar que sua carreira estava em uma fase diferente e que os seus dias de all-star e foco central de um ataque estavam terminados.
Durante o tempo em que esteve desempregado, Carmelo permaneceu se preparando, treinando, esperando a ligação que estava demorando a vir. Dúvidas começaram a surgir. Hoje em dia, Anthony conta que estava pronto para se aposentar, mas sua esposa, Lala Anthony, impediu que ele o fizesse.
Então, Melo teve tempo de refletir. Em uma entrevista para Stephen A. Smith, o jogador abordou muitas das críticas feitas à sua carreira. Entre elas, a preferência sempre por um contrato mais longo e rentável, que o impediu de se colocar em situações melhores e aproveitar melhor o seu enorme talento. Carmelo também reafirmou seu amor pelo jogo e que finalmente estava pronto para aceitar um papel menor em uma equipe.
A oportunidade, enfim, chegou. Em novembro do ano passado, Melo assinou um contrato com o Portland Trail Blazers por US$ 2.16 milhões, uma cifra bem abaixo do que estava acostumado. “Você precisa da gente, e nós precisamos de você”, teria dito o presidente dos Blazers, Neil Olshley, ao jogador em uma reunião. Neil não estava mentindo.
Com as lesões de Jusuf Nurkic, Zach Collins e Rodney Hood, o elenco de Portland precisava desesperadamente de reforços. O recorde da equipe, que na temporada anterior havia chegado às Finais da Conferência Oeste, reforçava essa urgência.
Em muitas maneiras, juntar Carmelo Anthony a Damian Lillard e CJ McCollum faz sentido. A talentosa dupla de armadores de Portland também não é estranha a ser negligenciada. Ao ser esnobado em seleções para o Jogo das Estrelas no passado, Lillard escreveu uma música expressando seu desgosto. Até hoje, McCollum nunca fez parte de uma seleção para o All-Star Game.
Melo sempre deixou claro que sua jornada com os Blazers não se trata de nenhuma “turnê de despedida”. “Meu amor pelo jogo nunca acabou. Eu não sei de onde saiu essa história de ‘turnê de despedida’. Eu sei do que sou capaz e eu acredito em mim”, afirmou o jogador ao The Athletic.
Essa fé tem sido demonstrada em quadra com jogos em que o velho Melo parecia estar de volta. As médias de 15.3 pontos por jogo e 6.3 rebotes reforçam que Anthony ainda tinha um lugar na NBA no fim das contas.
Mesmo com os retornos de Nurkic e Collins, o técnico Terry Stotts já avisou que o lugar de Carmelo entre os titulares está garantido. Agora, falta a vaga nos playoffs. Para jogadores acostumados a lidar com críticas, sempre há algo que resta a provar.