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Brasília vive clima de guerra com patrocinador fora de quadra

Equipe da capital federal está processando a Universo, instituição que dá nome ao time, em ação que chega a quase R$ 2 milhões

atualizado

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Felipe Mendes/BSB Sports
Brasília-Basquete1
1 de 1 Brasília-Basquete1 - Foto: Felipe Mendes/BSB Sports

Depois de um bom início de NBB, com três vitórias em quatro jogos, o Brasília teve uma queda de desempenho, sendo derrotado nas últimas quatro partidas que fez. Fora de quadra, porém, o clube enfrenta um imbróglio até maior. O time vive às turras com a Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora da Universidade Salgado de Oliveira (Universo), patrocinador do time. A LB Produções e Eventos, empresa do diretor da equipe, Bernardo Bessa, que controla o time, acusa a instituição de ensino, representada pelo ex-senador Wellington Salgado de Oliveira, de não fazer o repasse integral do valor acordado em contrato, que era inicialmente de R$ 1,5 milhão. Agora, as partes lutam na justiça por um entendimento. Com todas as correções, o valor da ação chega a quase R$ 2 milhões de reais.

Originalmente, o valor acertado para a temporada passada era de R$ 1,5 milhão, que seriam pagos em dez parcelas de R$ 150 mil. Do total, pouco mais de R$ 300 mil foi repassado ao Brasília que, com isso, passou a sofrer com atrasos de salários de jogadores e comissão técnica. A Caixa, outra patrocinadora do Brasília na temporada, quitou o valor acordado com o time no mês de março. O contrato com o clube, porém, havia vencido em dezembro de 2018 e não foi renovado por conta da mudança de rumos do banco estatal em relação a patrocínios esportivos, ocorrida com a mudança no governo federal.

Felipe Mendez/Universo/Brasília
Ex-senador Wellington Salgado de Oliveira (E) marcou presença em alguns jogos do Brasília na temporada passada

Vale ressaltar que o ex-senador mineiro é dono da franquia que, atualmente, representa Brasília no NBB. O time, entretanto, já passou por outras cidades, como Uberlândia (MG) e Salvador (BA), quando disputou o campeonato em parceria com o tradicional Vitória. Nas duas primeiras edições, a mesma franquia, também com o patrocínio da Universo e representando Brasília, disputou as finais do torneio, ambas contra o Flamengo, sendo vice-campeã no primeiro encontro e sagrando-se campeã nacional em 2010, antes a mudança para o Triângulo Mineiro. Com o retorno da franquia para a capital federal, o Brasília não precisou passar pela Liga Ouro, então classificatória para o NBB, para disputar o principal campeonato de clubes do basquete brasileiro.

Explica-se: por não ter sido rebaixado na temporada 2017/2018, o Vitória garantiu um lugar no NBB. A mudança de sede, porém, em nada influencia neste processo, o que garantiu o retorno de Brasília à competição após hiato de um ano.

Bernardo Bessa, diretor do Brasília e responsável pela LB Produções e Eventos, se manifestou por meio de nota e explicou que foram feitas diversas tentativas de acerto com o Universo. Sem sucesso, ele viu a ação judicial como única alternativa para reaver o dinheiro e, assim, colocar em dia os débitos com os profissionais envolvidos na organização.

“A LB está empenhada em pagar todas as suas obrigações, mesmo com as dificuldades enfrentadas em razão do inadimplemento do contrato firmado em Novembro de 2018 com o mencionado patrocinador. Diversas conversas, encontros e reuniões foram realizadas durante o período para liquidação dos valores em aberto, mas, infelizmente, não restou outra alternativa, ocorrendo o ajuizamento de ação de execução de contrato para recebimento dos valores devidos. Não há comentários adicionais a se fazer, uma vez que a questão está sendo discutida judicialmente”.

Procurado para dar a versão dele dos acontecimentos, o ex-senador Wellington Salgado de Oliveira não atendeu às ligações do Metrópoles ou respondeu às mensagens eletrônicas. Caso o ex-parlamentar se manifeste, a nota será atualizada.

Ginásio também foi problema
Além dos salários atrasados, Bernardo Bessa também teve de enfrentar outras questões. Sem o repasse previsto no contrato com o Universo, o Brasília não conseguiu pagar os alugueis referentes ao uso do Ginásio da Asceb. Assim, o clube entrou com uma ordem de despejo contra a equipe. As partes se reuniram na justiça e, antes que o despejo fosse concretizado, clube e agremiação se entenderam, evitando que o Brasília perdesse o uso do principal ginásio de basquete da cidade. O espaço é usado por equipes brasilienses desde 2003, quando o próprio Universo se classificou pela primeira vez para o Campeonato Nacional da modalidade, então organizado pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB).

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