Basquete feminino perde para Austrália e não vai a Tóquio
O time comandado pelo técnico José Neto teve uma exibição superior em relação aos dois jogos anteriores – derrotas para Porto Rico e França
atualizado
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Depois de duas derrotas no Pré-Olímpico disputado em Bourges, na França, a Seleção Brasileira feminina de basquete tinha a dura missão de vencer a Austrália, segunda melhor seleção do mundo, para garantir a vaga olímpica. O Brasil se apresentou bem neste domingo (09/02/2020), mas não foi páreo para as australianas. No final, foi derrotado por 86 x 72 e está fora dos Jogos de Tóquio-2020.
O time comandado pelo técnico José Neto teve uma exibição superior em relação aos dois jogos anteriores – derrotas para Porto Rico e França -, mas não foi suficiente. A oscilação em alguns períodos da partida, além da eficiência e do forte jogo coletivo da Austrália foram determinantes para o revés que deixa o Brasil fora da Olimpíada pela primeira vez desde os jogos de Barcelona, em 1992.
“Eu tenho orgulho dessas meninas. Fizemos um jogo de igual para igual com a vice campeã do mundo. É claro que é triste ficar de fora da Olimpíada, mas fizemos um bom trabalho nos últimos sete meses e essas meninas evoluíram muito, de forma impressionante até mesmo quando eu comparo com times masculinos que eu dirigi”, disse o técnico José Neto. O treinador se mostrou frustrado com o resultado e não garantiu sua continuidade no cargo.
A derrota para a Austrália era, de certa forma, esperada. O que complicou o Brasil no torneio foi o revés na estreia para Porto Rico, adversário teoricamente mais fraco, e que ficou com a vaga em Tóquio-2020. Será a primeira participação no megaevento do país caribenho. As porto-riquenhas estavam nas arquibancadas acompanhando o duelo e se emocionaram ao final da partida. Elas fazem o jogo final do torneio diante da anfitriã França, que também está garantida em Tóquio.
Em quadra, o jogo se manteve equilibrado nos dois primeiros quartos, especialmente no segundo, período em que as brasileiras melhoraram a defesa. No entanto, os erros no ataque e o forte jogo coletivo aliado à eficiência das adversárias impediram que o Brasil liderasse o placar por ao menos uma vez.
A partida passou a ficar mais emocionante a partir do momento em que a pivô Damiris se encontrou. No início do terceiro quarto, ela acertou a sua primeira bola de três na partida e deu o ânimo de que o time brasileiro precisava. As comandadas de José Neto, lideradas por Damiris e também Erika, aumentaram a produção ofensiva e venceram o quarto por 27 x 22, tirando uma diferença considerável de pontos e encostando no placar geral, que, àquela altura, marcava 61 x 60.
No entanto, a irregularidade voltou a aparecer no último quarto e foi decisiva para que a vitória não viesse. Além disso, as australianas acertaram a mão, especialmente a pivô Liz Cambage, que, além do bom desempenho ofensivo, conseguiu dois tocos e se impôs diante das brasileiras. Houve um período em que os dois times sofreram um apagão e o placar de 72 x 68 permaneceu por alguns minutos, até que a equipe da Oceania voltou a pontuar e o Brasil, já sem Erika no final, fora pelo limite de faltas, viu o revés ser decretado por 86 x 72.