Aposentado, ex-pivô do Brasília troca quadras por churrascos e trilhas
Lesão no joelho abreviou a carreira de Daniel Alemão, que teve duas passagens de sucesso na capital
atualizado
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Um dos jogadores mais queridos a passar pelo basquete de Brasília nos últimos anos anunciou recentemente o fim da carreira. Aos 35 anos, Daniel Castellar, o Daniel Alemão, viu o período como atleta profissional da bola laranja ter um encerramento precoce por conta de graves lesões no joelho. A primeira, foi sofrida justamente defendendo as cores do extinto UniCEUB/Brasília, em partida contra o Bauru. Em março de 2017, uma ruptura do ligamento cruzado anterior decretou o fim da temporada para o paulista de Limeira. O camisa 16 ainda voltaria a Brasília para defender o Brasília Búfalos, na Liga Ouro de 2018, antes de se transferir para o São José, onde uma nova ruptura do ligamento, que causou problemas em outras estruturas do joelho, encerrou a carreira de Alemão. Uma volta às quadras, mesmo que por um ano, praticamente o obrigaria a usar prótese no local após o fim da carreira. Agora, Daniel Alemão se dedica a outras paixões: a culinária e o ciclismo.
A relação com a cozinha vem do início da trajetória como jogador de basquete. Morando sozinho, o gigante de 2,04m precisava se virar para poder comer entre treinos e jogos. Aos poucos, Alemão aperfeiçoou as habilidades e passou a comandar os churrascos. Em Brasília, por exemplo, durante uma ação de seu antigo time com a torcida, foi ele o responsável por domar as chamas de uma parrilla e servir um autêntico assado para os torcedores.
“Quando eu fui morar sozinho, ou eu aprendia, ou passava fome. Fico curioso para aprender pratos novos, às vezes, também invento alguns”, explica.
Agora, a nova mania para Alemão é fazer hambúrgueres. Antes, o jogador reunia os amigos em casa, ou ia até a casa dos amigos, para preparar o prato. Depois do fim da carreira, porém, as rodadas de hambúrguer foram ampliadas, atendendo a pedidos dos próprios amigos.
“Era um hobby mesmo, mas sempre que comiam, me perguntavam o porquê de eu não fazer para vender. Depois de muito pensar, resolvemos (Alemão tem a ajuda da esposa Letícia na empreitada) fazer um dia para vender. Tem uma diferença muito grande entre oferecer para amigos e família e vender, a responsabilidade é muito maior. Estamos fazendo uma vez por mês, mas já estamos pensando em rodadas quinzenais”, detalha o jogador, que resolveu batizar a hamburgueria com o sugestivo nome de Double-Double.
Alternativa no ciclismo
Por conta do problema na cartilagem do joelho, um resquício da ruptura do ligamento cruzado anterior, foram poucas as opções de esportes que sobraram para Daniel Alemão. Por conta do impacto com o solo, o agora ex-jogador só tem como alternativas o ciclismo e a natação. A escolha, porém, não foi nada complicada.
“Eu gosto de ciclismo desde a época em que eu ainda estava na escola. Sempre preferi ir de bicicleta a ir de ônibus. Hoje, com esse problema no joelho, só me sobraram a natação e o ciclismo. Gosto muito de fazer trilhas, muito mais do que pedalar no asfalto”, diverte-se.
Carinho da torcida
As duas passagens de Daniel Alemão por Brasília deixaram uma boa impressão no jogador. Atuando tanto no NBB, como também na Liga Ouro, o atleta viveu de perto o carinho da torcida brasiliense, conhecida por apoiar os times independentemente dos resultados.
“Que torcida! Desde a primeira vez que eu cheguei na cidade, sempre fui muito bem recebido. Acho que a segunda vez (pelo Brasília Búfalos) foi ainda melhor. Passei pouco tempo na cidade, mas só tenho a agradecer. Brasília sempre foi referência no basquete”, recorda.