Apelou, ganhou? O que a história da NBA diz sobre o super time do Nets

Primeiro chegaram Kevin Durant e Kyrie Irving. Depois, James Harden. E mais recentemente, Blake Griffin e LaMarcus Aldridge. No total, o Brooklyn Nets conseguiu juntar em seu time dois prêmios de MVP, três títulos de campeão, sete títulos de cestinha da NBA e 40 seleções para o all-star game. Essa é a primeira vez que um time consegue agregar cinco jogadores com mais de cinco honrarias de all star desde o Boston Celtics de 2010-2011.

Aquela equipe tinha em seu elenco Ray Allen, Paul Pierce, Kevin Garnett, Shaquille O’Neal e Jermaine O’Neal. No entanto, apesar da coleção de talentos e de ter registrado um respeitável recorde de 56 vitórias e 26 vitórias na temporada regular, o Celtics ficou no meio do caminho daquela temporada, sendo eliminado na segunda fase dos playoffs pelo Miami Heat, de LeBron James, Dwyane Wade e Chris Bosh, pelo placar de 4 x 1.

Aliás, este Miami Heat, apesar de ter terminado o seu projeto super time com quatro idas às Finais da NBA e dois títulos conquistados, precisou de um ano para encontrar a química ideal entre James, Wade e Bosh, terminando as Finais de 2011 com uma surpreendente derrota por 4 x 2 para o Dallas Mavericks de Dirk Nowitzki, com direito a uma performance irreconhecível de King James.

E por falar em química, esse foi um dos motivos que impediu o Los Angeles Lakers de 2003-04 de conseguir o tão sonhado anel. A franquia californiana vinha de três títulos consecutivos no começo da década, liderados pela dupla dinâmica Shaquille O’Neal e Kobe Bryant, com a mentoria do mestre zen Phil Jackson. Após uma derrota para o San Antonio Spurs em 2003, o time se reforçou com ninguém mais ninguém menos que Karl Malone e Gary Payton, além de contar com os serviços de Horace Grant, que havia sido multicampeão com o Chicago Bulls de Michael Jordan e mais dois com os Lakers.

Apesar de um elenco experiente e talentoso, que contava com verdadeiras lendas do jogo, esse time o Lakers sofreu a temporada inteira com questões dentro e fora de quadra — a acusação de agressão sexual contra Kobe; as brigas entre Bryant, Shaq e Malone; lesões, etc. — que culminaram em uma derrota para o Detroit Pistons e seu elenco bem mais humilde, porém casca-grossa, por 4 x 1.

Cases de sucesso

Após o Lakers de 2003-04, o Boston Celtics foi a primeira franquia a tentar formar um supertime, experimento que deu certo logo “de cara”. Após ser a pior equipe da temporada 2006-07, com um recorde de 24-58, os Celtas passaram a ser dominantes com a aquisição de Kevin Garnett e Ray Allen, que se juntaram a Paul Pierce e a o jovem armador Rajon Rondo. Juntos, registraram um recorde de 66-16 e finalizaram uma temporada praticamente perfeita, sendo campeões em cima do rival Los Angeles Lakers, vencendo por 4 x 2 as Finais da NBA.

Outro time que não precisou de tempo para se ajustar foi o Golden State Warriors de Durant, Curry, Thompson e Green. Quer dizer, os Warriors recrutaram e desenvolveram o trio, que passou por diversas batalhas e decepções juntos até Curry se tornar um MVP, o time vencer seu primeiro título em 2015 e, no ano seguinte, registrar um recorde de 73 vitórias na temporada regular. Mesmo com a derrota para os Cavaliers de LeBron em 2016, os Warriors estavam em um patamar no qual eram atraentes para qualquer superestrela. E assim, atraíram uma das maiores. KD se juntou à franquia, ajudando-os a vencer mais dois títulos antes de ir para o Nets.

No Brooklyn, mesmo com as lesões de Durant e os eventuais sumiços de Kyrie, o Nets tem o segundo melhor recorde da NBA, com a melhor eficiência ofensiva da liga. A defesa, no entanto, está longe da ideal, apesar de alguns sinais de progresso, e as presenças de Blake Griffin e LaMarcus Aldridge não devem necessariamente ajudar nesse quesito.

Tais fatores, em uma temporada totalmente imprevisível, e com outros times se reforçando, como Milwaukee, Denver, Utah e a dupla de Los Angeles, tornam o destino desse Brooklyn Nets, como um caso de sucesso ou fracasso, uma incógnita de prever.