Ao Metrópoles, Raul Neto fala sobre como é jogar com Westbrook e outras estrelas
Agora no Washington Wizards, armador brasileiro compartilha alguns aprendizados de seus cinco anos na NBA
atualizado
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No começo do mês, Washington Wizards e Houston Rockets fecharam uma das principais trocas da última off-season da NBA. O negócio levou John Wall para a franquia texana em troca do controverso Russell Westbrook. Na capital norte-americana, o MVP de 2016 será companheiro de time do brasileiro Raul Neto.
“Tem sido ótimo treinar com ele, ele traz uma energia muito positiva para o nosso vestiário e em quadra também. É um vencedor e um líder, e já entendemos que ele vai fazer de tudo para garantir que nosso time se torne competitivo e brigue por vitórias, nem que seja dar uma bronca. É um cara intenso, mas é uma intensidade boa”, avalia o armador brasileiro em entrevista ao Metrópoles.
Assim como Westbrook, Raulzinho também foi uma das novas aquisições do Washington Wizards para a temporada 2020-21 da NBA, que começa nesta terça (22/12). A dupla de reforços se junta a jogadores como Rui Hachimura, Davis Bertans, o calouro Danny Avidja e, principalmente, à estrela Bradley Beal na tentativa de voltar aos playoffs após duas temporadas ausente do mata-mata.
“As primeiras semanas aqui em Washington foram muito boas. O time me recebeu super bem, tenho sido elogiado pela comissão técnica, pelos jogadores. Ainda não sei qual será o meu papel exatamente, porque as coisas mudam durante a temporada, mas tenho dado o meu máximo durante os treinos para estar pronto quando as oportunidades chegarem”, afirmou o armador, que assinou por uma temporada com os Wizards. Os valores não foram divulgados.
Veterano
Aos 28 anos, Raul Neto já está acostumado a novos ambientes na NBA. Ele disputará sua sexta temporada pelo terceiro time diferente na liga. Recrutado em 2013 pelo Atlanta Hawks com a 17ª escolha da segunda rodada, Raulzinho foi trocado para o Utah Jazz logo em seguida. O brasileiro estreou em Utah em 2015, e lá permaneceu por quatro temporadas. Em seu ano de novato, foi titular em 53 partidas, com médias de 4.8 pontos e 1.9 assistências.
Raulzinho foi dispensado pelo Jazz em 2019 e assinou com o Philadelphia 76ers para disputar a temporada 2019-20. Com os Sixers, entrou em quadra em 54 partida, com médias de 5.1 pontos e 1.8 assistências.
“Cada ano eu tenho melhorado um pouco. Apesar de em algumas temporadas eu ter atuado por mais minutos que em outras, eu sinto que semprei terminei a temporada melhor do que quando comecei, isso é o mais importante. Hoje, me vejo como um jogador num nível melhor do que em 2015, quando comecei na NBA”, reflete.
Para esse desenvolvimento, Raulzinho admite que ajudou ter atuado ao lado de estrelas como Rudy Gobert e Donovan Mitchell em Utah, Joel Embiid e Ben Simmons em Philadelphia e, agora, Russell Westbrook e Bradley Beal, em Washington. “Cada um tem um lado especial, que os torna superestrelas na liga, e eu sempre tento tirar um pouquinho deles, seja na mentalidade, seja na maneira como jogam”.
Apesar do pouco tempo na liga, Raulzinho já passou por várias situações diferentes e foi testemunha ocular de pequenas “mini-revoluções” na forma de jogar basquete. Seja o estilo orientado para o perímetro do Golden State Warriors, o dinamismo do Toronto Raptors ou um retorno ao basquete de garrafão, contando com pivôs mais móveis e habilidosos de Nuggets, Lakers e Heat da temporada passada. Apesar dessas mudanças, o armador brasileiro acredita que apesar das mudanças em estilo, os fundamentos básicos do esporte sempre estarão lá.
“Dinâmica acaba mudando de acordo com os jogadores que chegaram na liga. A gente acompanha, mas, no fim das contas, basquete é basquete, sempre vai precisar de um pivô, um armador, alguém que consiga criar os próprios arremessos e marcar muitos pontos. Isso não muda”, finaliza.