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Acabou a piada? Confira os motivos por trás do surpreendente começo do Knicks na NBA

Equipe de Nova York tem o melhor início de temporada desde 2012-13, com cinco vitórias e três derrotas

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Emilee Chinn/Getty Images
New York Knicks Randle Barrett
1 de 1 New York Knicks Randle Barrett - Foto: Emilee Chinn/Getty Images

Com a vitória sobre o Utah Jazz por 112 a 100 na última quarta-feira (7/1), o New York Knicks melhorou seu retrospecto na temporada para cinco vitórias e três derrotas. Essa é a primeira vez desde a temporada 2012-13 que a equipe de Manhattan tem um recorde positivo após oito jogos.

Pode não parecer grande coisa, mas para uma das equipes mais populares da NBA pelo mundo, que vinha convivendo com resultados decepcionantes, decisões questionáveis de seu dono e sendo motivo de chacota na liga, os Knicks surpreendem até aqui.

Mesmo que a amostragem seja pequena, além das vitórias, a equipe vem exibindo um excelente desempenho, jogando uma defesa forte, movendo a bola e facilitando o trabalho para atletas como Julius Randle e RJ Barrett exibirem o seu melhor basquete.

A seguir, o Metrópoles detalha alguns motivos que permitiram ao Knicks ter um começo de temporada para empolgar seus torcedores:

Casa arrumada

O armador francês Frank Ntilikina é, atualmente,o jogador com mais tempo “de casa”, mesmo tendo sido draftado em 2018. Isso porque, durante as últimas duas décadas, o New York Knicks jogou o planejamento a longo prazo e a continuidade para o alto (Charlie Ward foi o último jogador draftado pelo Knicks que ganhou um novo contrato após seu vínculo de calouro ter se encerrado, em 1994) em favor de soluções rápidas e contratos gigantescos para estrelas já longe de seus auges.

Para tentar consertar isso, o criticado dono James Dolan contratou ex-agente Leon Rose como presidente de operações de basquete. Por sua vez, Rose renovou a área executiva e técnica da equipe, contratando profissionais respeitados e experientes como Brock Aller (vice presidente de basquete e planejamento estratégico), Walt Perrin (gerente-geral assistente para scout de faculdade) e Frank Zanin (gerente-geral assistente de scout profissional), além do técnico Tom Thibodeau.

Tom Thibodeau

Quando Tom Thibodeau foi anunciado como novo técnico do Knicks no fim de julho, a decisão foi encarada com desconfiança por analistas e fãs. Afinal, o último trabalho de Thibodeau na NBA, à frente do Minnesota Timberwolves, produziu resultados decepcionantes e o treinador transmitia uma imagem de uma NBA ultrapassada, que não conseguia dialogar com suas jovens estrelas.

Porém, após apostas como Derek Fischer, Jeff Hornaceck e David Fitzdale, Thibodeau não tem apenas passado um ar de estabilidade e respeitabilidade à equipe, como também feito o Knicks jogar um basquete moderno, com espaçamento, movendo a bola e uma defesa dura, a sua especialidade desde os tempos de assistente no Boston Celtics e no Chicago Bulls, onde fez seu melhor trabalho.

O Knicks, atualmente, tem o nono melhor índice de eficiência defensiva da liga. Na temporada passada, foi apenas o 23º time no quesito.

Julius Randle

Talvez o principal símbolo da transformação que o Knicks passou da temporada passada para a atual. Julius Randle teve sua cabeça pedida pela torcida em diversos momentos, graças a um basquete kamikaze, em que o camisa 30 forçou a barra para ser o franchise player, atacando a cesta contra marcações duplas e triplas, lances que geralmente terminavam em um desperdício de posse.

Na temporada atual, Randle ainda é o responsável por iniciar a maioria das jogadas do time, porém, ele está fazendo isso de forma muito mais cerebral e eficiente. Além dos 23.1 pontos por jogo e 12 rebotes por partida, ele subiu sua média de assistências de 3.1 da temporada passada (2.9 na carreira) para incríveis 7.4 em 2020-21. Todos esses números são os maiores já registrados em sua carreira, credenciando o ala-pivô a um dos mais fortes candidatos ao prêmio de Jogador que Melhor se Desenvolveu da NBA.

Pés no chão

Na última off-season, o nome do Knicks foi ligado às transferências de Russell Westbrook e Gordon Hayward, estrelas em declínio físico, mas que ainda comandam grandes salários. Antes disso, houve rumores sobre Chris Paul em NY. Antes disso, Kevin Durant e Kyrie Irving. Antes disso, LeBron James. Nenhum desses jogadores vestiu a camisa do Knicks.

Na nova fase da franquia, parece haver um entendimento que sonhar com grandes estrelas e oferecer contratos para jogadores como Amar’e Stoudemire, Derrick Rose e Joakim Noah não é uma estratégia condizente com o sucesso a longo prazo.

Dessa forma, os Knicks vêm desde a temporada passada oferecendo contratos curtos para atletas experientes, com algo a provar, enquanto tenta desenvolver suas escolhas de draft. Assim, o clube pretende reformar sua imagem, há muito manchada dentro da liga, e reconstruir sua cultura, na esperança de que, no futuro próximo, os craques voltem a escolher Nova York como suas casas e a franquia volte a brigar por títulos.

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