“Bailarina” do surfe, Chloé Calmon ganha ouro para o Brasil no Pan
Ela venceu na final do longboard a peruana Maria Fernanda Reyes e deu ao país a sua quarta medalha na modalidade na competição
atualizado
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A surfista Chloé Calmon conquistou neste domingo mais uma medalha de ouro para o Brasil nos Jogos Pan-Americanos, que estão sendo disputados em Lima, no Peru. Ela venceu na final do longboard a peruana Maria Fernanda Reyes e deu ao País a sua quarta medalha na modalidade na competição. Os outros foram Lena Guimarães (ouro no SUP Race), Vinicius Martins (prata no SUP Race) e Nicole Pacelli (bronze no SUP Wave).
O ouro coroa um ótimo momento de Chloé no surfe. Ela vem liderando o ranking mundial, já foi duas vezes vice e agora conquistou o primeiro título da modalidade em sua estreia no Pan “Quando entro numa competição, apago tudo que aconteceu antes. Cada competição é uma página em branco e currículo não garante nada. O ano de 2019 tem sido incrível para o longboard”, disse.
Ela explica que havia três anos disputava quatro campeonatos e agora está fazendo 16. “É uma evolução muito grande para o esporte, com muitas oportunidades para os atletas. Sinto que estou numa sequência de competições que está me deixando mais tranquila na água. Muita experiência e me deixa mais fria para fazer tudo com razão e não com o calor do momento”.
Seus pais foram do Rio de Janeiro para Punta Rocas, onde a competição foi realizada, para acompanhar de perto a disputa. Seu pai foi o grande incentivador de sua carreira. “Comecei com prancha pequena, meu pai surfava, mas sempre me chamou a atenção e comecei a surfar com longboard aos 11 anos. Caminhar na prancha é um balé do surfe, sempre achei muito feminino e foi amor à primeira onda”, revelou.
Chloé sempre sonhou em participar de uma competição olímpica, mas achava que era algo difícil de realizar. Ela foi assistir a várias competições no Pan do Rio de Janeiro, em 2007, e chegou a dizer para sua família que um dia gostaria de estar ali. Também assistiu aos Jogos do Rio, em 2016.
“Eu ficava imaginando se um dia eu estaria ali em um evento dessa magnitude. Esse dia finalmente chegou e acho que antes de qualquer coisa todo mundo que está aqui é vencedor, participando de um momento histórico do esporte. Estou muito feliz de fazer parte do Time Brasil”, afirmou.
Claro que a jovem de 24 anos sentiu um pouco da pressão que é disputar uma competição dessas, mas conseguiu lidar bem com essa nova atmosfera. “É difícil, o Brasil inteiro vendo, com transmissão ao vivo, uniforme, a gente foi conhecer a Vila Pan-Americana, participamos da cerimônia de abertura, então é uma coisa que a gente nunca viveu na nossa vida. O ideal é manter o foco e me concentrar nas ondas”.
Campeã pan-americana, agora ela sonha com a sua modalidade na Olimpíada. O surfe estará nos Jogos de Tóquio-2020, mas não o longboard. Quem sabe em 2024, em Paris. “Agora que o surfe virou esporte olímpico, nunca estivemos tão perto de entrar também. Não será em Tóquio, mas para 2024 as portas podem ser abertas, assim como fez os Jogos Pan-Americanos. A gente nunca esteve tão perto e agora que pude viver um pouquinho disso estou mais motivada do que nunca”, avisou.