Sempre eu? As polêmicas de Charles Leclerc dentro e fora da pistas
Seja por ação própria ou por circunstâncias alheias à sua vontade, o piloto tem demonstrado talento para estar no meio de controvérsias
atualizado
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Apesar de Sebastian Vettel ter presenteado Charles Leclerc com um capacete e uma mensagem tocante em sua despedida da Ferrari, quem assistiu o documentário Drive to Live (Dirigir para Viver), disponível na Netflix, sabe que o relacionamento do piloto alemão com o monegasco foi marcado por doses de tensão e desentendimentos.
As aparências, aliás, podem enganar em relação a Charles Leclerc. Apesar da pouca idade (23 anos), do rosto de criança e da fala mansa, o piloto da Ferrari tem colecionado rivalidades, comportamentos questionáveis e disputas que, literalmente, extrapolaram os limites das pistas.
Com Sebastian Vettel, seu companheiro de Ferrari durante duas temporadas, o monegasco protagonizou alguns episódios em que ambos se chocaram, prejudicando a escuderia, como no GP do Brasil, em 2019, e na Estíria, na temporada passada. “Penso que Seb não deveria ter ido para a esquerda, e ele sabe disso. E eu provavelmente poderia ter feito um trabalho melhor evitando que ele fosse para a esquerda. Então, nós dois temos um pouco de responsabilidade. Mas acho que o mais importante é que tudo esteja claro. Sentamos e seguimos em frente”, explicou Leclerc, fazendo — mais ou menos — um mea culpa sobre o incidente ocorrido no Brasil.
Não foi apenas com um companheiro de equipe que o piloto teve um desentendimento. Max Verstappen, da Red Bull, também foi/é um desafeto do ferrarista, uma rivalidade que data desde os tempos de kart. “Não nos suportávamos antes, mas com o tempo amadurecemos e agora conversamos um com o outro. Progredimos. No fim das contas, ele também é um bom menino, mas quando colocamos os capacetes, há a mesma rivalidade que havia no kart”.
Tantas pequenas “tretas” e desentendimentos acabaram levando Leclerc a ser taxado como arrogante. “Essa é a única crítica que me incomoda, porque sei que não mudei. Meu pai e Jules Bianchi me ensinaram a manter os pés no chão. Mas todo mundo quer ser seu ‘amigo’ e, às vezes, você acaba com isso”, disse, em entrevista à Sky Italia.
Black Lives Matter
Mesmo não não gostando da pecha de arrogante, esse foi um dos adjetivos utilizados para descrevê-lo quando o piloto da Ferrari se recusou a usar a camiseta Black Lives Matter e se ajoelhar antes do GP da Áustria da Fórmula 1, em movimento liderado por Lewis Hamilton (além de Leclerc, Max Verstappen, Giovinazzi, Carlos Sainz, Kimi Raikkonen, Daniil Kvyat e Charles Leclerc também não ajoelharam). Gesto que não pegou bem, mas que, segundo Leclerc, foi mal-interpretado.
“Acredito que o que importa são fatos e comportamentos em nossa vida cotidiana, em vez de gestos formais que poderiam ser vistos como controversos em alguns países. Não vou ficar de joelhos, mas isso não significa que estou menos comprometido do que outros na luta contra o racismo”, explicou, sobre a sua negativa.
A última aprontada por Leclerc aconteceu no último fim de semana, quando o jovem piloto foi filmado sem máscara, ao lado de outras pessoas, “brincando” de cabo de guerra com um leão. O ato gerou críticas tanto quanto ao fato dele se divertir com um animal selvagem preso em um espaço supostamente pequeno, como pela falta do equipamento de proteção em tempos de pandemia. Nessa quinta-feira (14/1), o piloto testou positivo para a Covid-19.