Piloto Bia Figueiredo relata ameaças de morte para ela e seu bebê
Após oito meses afastada das redes sociais – o marido dela foi preso acusado de desviar R$ 9 milhões dos cofres públicos -, ela desabafou
atualizado
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A vida da piloto Bia Figueiredo virou de cabeça para baixo em junho de 2020. Grávida à época, ela viu marido e sogro serem presos em operação do MPRJ, acusados de desviar mais de R$ 9,1 milhões da Saúde. O nome dela foi envolvido na denúncia, conforme mostrou o Jornal Nacional, que teria realizado festa de casamento luxuosa, em 2016, com pagamentos suspeitos. Nessa quinta-feira (4/3), Bia retornou às redes sociais após oito meses e desabafou. Ela revelou ter recebido ameaças de morte, inclusive ao seu bebê, que hoje tem seis meses de vida.
“Estou aqui de volta depois de muito tempo. Queria começar agradecendo a todas as mensagens de carinho e apoio que eu recebi nesse período”, inicia Bia Figueiredo, em vídeo. Ela se refere à prisão do marido Fabio Figueiredo Andrade de Souza como “um problema pessoal grave, que se estendeu para a área profissional” e se diz injustiçada.
“Eu vi minha vida virada de ponta-cabeça de um dia para o outro. Minha carreira, patrocinadores, empresas gigantescas que me apoiavam há mais de década, foram expostos de maneira completamente injusta e criminosa, assim como minha festa de casamento, amigos e parentes, que também foram expostos de maneira irresponsável e criminosa”, defende-se Bia.
O vídeo postado pela piloto tem 3 minutos e 50 segundos. Nele, ela também explica como se sentiu ao ver seu nome envolvido na ação do MPRJ e revela ter sido ameaçada de morte. “Me vi sendo linchada, agredida de várias formas, comecei a receber ameaças de morte, para mim, minha família e até para o meu bebê, sendo que eu nem faço parte desse processo, nunca tive qualquer contato ou atuação na área da saúde. E isso tudo eu estava entrando no nono mês de gravidez. Eu fiz o que acho que qualquer mãe faria, que foi me fechar, me isolar, para proteger a saúde do meu bebê que estava prestes a nascer”.
Bia Figueiredo se diz pronta para recomeçar a carreira. Aos 35 anos, ela não tem contrato para nenhuma categoria, mas está aberta a retornar às pistas. Ela é até a primeira e única brasileira a pilotar um carro de Fórmula Indy. Sua última atividade como piloto ocorreu na Stock Car, até 2020, quando se afastou da velocidade para cuidar da gravidez.
A operação do MPRJ
A operação do MPRJ, chamada de Pagão, cumpriu sete mandados de prisão e 14 de busca e apreensão contra 12 denunciados por organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.
Os denunciados, entre eles o marido de Bia, Fabio Figueiredo Andrade de Souza, e o sogro, Juracy Batista de Souza Filho, eram integrantes da organização social de saúde Instituto dos Lagos Rio e acusados de desviar mais de R$ 9,1 milhões dos cofres públicos estaduais.
A denúncia aponta que “a organização social sequer dispunha de aptidão para assinar contratos de gestão com o Estado, mas forjou sua capacitação técnica graças a obtenção de atestados técnicos falsos”.