Massa, Rubinho? Jovem brasileira pode ser a nova piloto da Ferrari
Para aumentar seu conhecimento sobre os carros de fórmula, Antonella ouviu conselhos de referências do automobilismo, como Felipe Massa
atualizado
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O Brasil poderá ter uma representante na Academia da Ferrari a partir de 2021. As adolescentes Antonella Bassani e Júlia Ayoub são duas das quatro finalistas que disputam a seletiva “Girls on Track”, programa promovido pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA). A vencedora assinará contrato de um ano com a Academia da Ferrari, que já revelou pilotos como o monegasco Charles Leclerc, hoje do time principal de F-1 da escuderia.
A catarinense Antonella Bassani é a mais jovem das finalistas. A pilota de apenas 14 anos revelou como foram as etapas anteriores da disputa. “É tudo feito num nível muito elevado e, conforme você vai avançando etapas, tornam-se mais difíceis”, disse a jovem corredora.
O dia a dia tem sido puxado desde o início das atividades, em 12 de outubro. Os dois primeiros dias de atividades foram realizados no tradicional Circuito de Paul Ricard, na França. O autódromo recebeu o “camping” da disputa nas semanas seguintes. “Os dias são intensos, com várias atividades que variam entre workshop, treinos na pista e fora dela, com simulador, telemetria e aquecimento físico”, revelou.
Última etapa
A quarta e última etapa terá início nesta segunda-feira (9/11) e vai até o dia 13, em Maranello, a famosa sede da escuderia Ferrari. Antonella poderá ter acesso aos poderosos simuladores da equipe italiana, além de ter maior contato com a expertise italiana no automobilismo. “Tudo está sendo de muito aprendizado, desde a comunicação com os mecânicos, coaching, fotógrafos até o desempenho nas atividades práticas”, afirma a adolescente nascida em Concórdia, no interior de Santa Catarina.
A parte da pista, a favorita das pilotas, tem sido guiar um carro de fórmula e não por acaso. A vencedora da disputa assinará contrato com a Ferrari para disputar uma temporada de Fórmula 4 em 2021. A categoria é a porta de entrada para os carros de monoposto, um caminho natural para a Fórmula 3, Fórmula 2 e, claro, a sonhada Fórmula 1. “Acredito que, para mim, a maior novidade foi dirigir um carro de fórmula”, afirmou a pilota, vice-campeã do Sul-Americano de kart e 3º lugar no Brasileiro. Ela começou no kart aos quatro anos.
Massa como conselheiro
Para aumentar seu conhecimento sobre os carros de fórmula, Antonella ouviu conselhos de referências do automobilismo, como Felipe Massa, ex-piloto da Ferrari de F-1. O brasileiro, ainda sem categoria para competir em 2021, é o atual presidente da Comissão Internacional de Kart da FIA. “Também tive contato com o Arthur Leclerc (irmão mais novo de Charles), que corre na F-4 Italiana e fez algumas voltas de referência”, lembra Antonella.
Depois de participar da quarta etapa, ao lado da compatriota Júlia Ayoub, da francesa Doriane Pin e da belga Maya Weug, Antonella vai esperar pelo resultado final da disputa, que deve sair no início de dezembro. “Estou ansiosa e me preparando muito Não imaginava chegar tão longe. Mas estou confiante porque tenho tentado fazer sempre o meu melhor com muita dedicação”, diz a pilota.
O projeto “Girls on Track” é mais uma iniciativa da FIA na tentativa de popularizar o automobilismo entre as mulheres. Para tanto, a entidade quer a médio prazo contar com mulheres na pista nas principais categorias do automobilismo mundial. Para o trabalho de longo prazo, a meta é dar cada vez mais espaço para jovens garotas em competições de base, como a Fórmula 4. No “Girls on Track”, a FIA selecionou 20 pilotas entre 70 currículos de garotas de 12 a 16 anos de todo o mundo. Destas 20, agora só restam quatro finalistas, incluindo as duas brasileiras.