Hamilton admite que está desconfortável em correr na Arábia Saudita
O motivo é a preocupação do inglês com os direitos humanos principalmente depois de 97 pessoas terem sido executadas em março
atualizado
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O piloto Lewis Hamilton admitiu, nesta sexta-feira (25/3), que se sente desconfortável correndo no Grand Prix da Arábia Saudita, que acontece neste domingo (27/3). O motivo é a preocupação do inglês com os direitos humanos principalmente depois de mais 16 pessoas terem sido executadas desde a execução em massa de 81 homens no dia 12 de março.
Em 2021, antes de correr no mesmo circuito, Hamilton respondeu sobre se sentir confortável em estar competindo no país: “Eu me sinto confortável aqui? Eu não diria que sim”. Desta vez, o piloto afirmou que a sua posição “ainda é a mesma do ano passado”.
Lewis ainda contou que é “alucinante ouvir as histórias” do que está acontecendo no país. “Ouvi dizer que um garoto de 14 anos, que está no corredor da morte aqui, me enviou uma carta. Aos 14, você não sabe o que está fazendo na vida”, contou ele.
“Não decidimos onde vamos correr na Fórmula 1, mas, embora não seja necessariamente nossa responsabilidade, temos o dever de tentar fazer o que pudermos. É importante tentarmos nos educar e, com um pouco de diferença, tentarmos ter certeza de que estamos fazendo alguma coisa”, declarou Hamilton.
O piloto afirmou que a responsabilidade das mudanças é “daqueles que estão realmente no poder” e que os pilotos não estão vendo o suficiente. Ele ainda fez um pedido: “Precisamos ver mais”.
Questionado se estaria disposto a conversar comas autoridades sauditas, Lewis classificou a situação como “muito complexa”. Entretanto, disse que está “sempre aberto a discutir, aprender mais e tentar entender exatamente por que as coisas estão acontecendo e não estamos mudando”. “Estamos em 2022 e é fácil fazer alterações”, concluiu Hamilton.
Posicionamento da Fórmula 1
Em entrevista à Sky Sports, Stefano Domenicali, CEO da Fórmula 1, afirmou que as notícias são alarmantes e que o esporte “deve garantir que os direitos humanos estejam no centro de nossa agenda”.
“Se eu der um passo para trás, no ano passado vimos muitas mulheres e muitos jovens participando da corrida ao vivo. Essa é a direção certa a tomar. O fato de estarmos na Arábia Saudita dá intensidade aos holofotes em torno de um assunto que talvez, sem nós, tivesse um lugar diferente nas notícias”, explicou ele.
A F1 assinou um contrato de 15 anos para correr na Arábia Saudita. O circuito, entretanto, deve mudar de Jeddah para um local construído em Qiddiya, a 40 quilômetros da capital Riad, nas próximas temporadas.
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