Grosjean relembra acidente impressionante na F1: “Senti que ia morrer”
Francês ficou em meio às chamas durante 29 segundos após acidente no GP do Bahrein
atualizado
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Romain Grosjean saiu com poucas sequelas do impressionante acidente sofrido no último fim de semana, durante o GP do Bahrein. Após sair da pista, a Haas do francês bateu em um guard rail, causando uma explosão e mantendo o piloto em meio às chamas durante aproximadamente 29 segundos.
Apesar de ter saído bem do choque, Grosjean revelou que, durante os momentos de terror, se recordou de Niki Lauda, aceitou momentaneamente que morreria no incidente, mas que teve forças para lutar ao lembrar dos filhos.
“Para mim pareceu mais de 1 minuto. Quando o carro parou, abri os olhos e soltei meu cinto de segurança. Meu primeiro pensamento foi ‘vou esperar até que alguém venha e me ajude’. Eu não estava estressado e obviamente não sabia na hora que havia fogo, mas olhei para a esquerda e vi fogo. Tentei foi subir pela direita, mas não funcionou. Voltei pela esquerda, não funcionou. Sentei-me novamente e pensei em Niki Lauda, seu acidente, e pensei ‘não pode ser assim a minha última corrida’. De jeito nenhum”, compartilhou Grosjean.
“Tentei sair de novo, mas eu estava preso. Então eu voltei pro banco e chegou o momento mais difícil: quando meu corpo relaxa. Fiquei em paz comigo mesmo e senti que ia morrer. Comecei a me perguntar: ‘Vai queimar o meu sapato, o pé ou a mão? Vai ser doloroso? Como vai começar?’ Mas pensei nos meus filhos e eu disse ‘não, eles não podem perder o pai hoje’. Decidi virar meu capacete para o lado esquerdo e depois tentar torcer meu ombro. Percebi que meu pé estava preso no carro, então eu puxei o máximo que pude e meu pé saiu da sapatilha. Fiz de novo e meus ombros doeram; e eu sabia que ia pular”, continuou.
Nesse ponto, Grosjean contou com ajuda do médico Ian Roberts e do piloto do carro médico, Alan van der Merwe, para sair do fogo. “Eu estava com as duas mãos no fogo. Minhas luvas são vermelhas normalmente, mas vi que a esquerda estava mudando de cor e começando a derreter até ficar totalmente preta, e eu senti dor, mas também sinto o alívio por estar fora do carro. Pulei até a barreira e então senti Ian [Roberts] me puxando pelo macacão, então eu soube que não estava mais sozinho. Retirei minhas luvas porque também vi que a minha pele estava criando bolhas e derretendo, e grudaria na luva. Entramos no carro médico e nos sentamos, e eles colocaram uma compressa fria em minhas mãos – recordou Grosjean.
Após sair de perigo, o médico o avisou que uma ambulância estava vindo para buscá-lo, mas o piloto insistiu em caminhar, como uma forma de mostrar para seus familiares, amigos e companheiros que estava bem.
