Dia Internacional da Mulher: quem são as profissionais da Stock Car
Existem mulheres na chefia de equipe, diretoria de operação, gerência de produção, gestão de patrocínios e engenharia de pista
atualizado
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São Paulo – Um espaço que era majoritariamente masculino, a Stock Car, hoje conta com mulheres na chefia de equipe, diretoria de operação, gerência de produção, gestão de patrocínios e engenharia de pista. Apesar desses cargos de destaque, Dia Internacional da Mulher, 8/3, vale ressaltar que elas ainda são minoria e exceções no automobilismo. Porém, a situação já foi pior.
“Quando entrei, em 1996, haviam poucas mulheres, elas acabavam fazendo mais funções de secretariado, assistência, limpeza, tinha as grid girls. Era um ambiente bastante masculino”, relembra Vanda Camacho, diretora de operações da Vicar, empresa que promove a Stock Car.
A número 2 na hierarquia da Stock Car foi aumentando as contratações de mulheres com o tempo, mas reconhece que o caminho a ser percorrido ainda é longo.
“Hoje têm mecânicas, engenheiras, jornalistas, mulheres na parte comercial. Lógico que não é a maioria, nem a metade ainda, mas já existe um ambiente mais equilibrado”, afirmou Vanda Camacho ao Metrópoles.
Primeira chefe de equipe
Babi Rodrigues é a primeira mulher a chefiar uma equipe da Stock Car. Após a morte de seu pai, Amadeu Rodrigues, em 2020, ela o substituiu e assumiu a posição de liderança na Hot Car New Generation.
Rodrigues é formada em veterinária, mas frequentou com o pai o ambiente automobilístico desde que nasceu. “Eu não me formei para isso, mas a vida me formou para ser chefe de equipe. As pessoas estranham muito por eu ser jovem e mulher”, diz Babi, de 32 anos.
“Eu já recebi ‘sugestão’ de que eu tinha que dar minha credencial de equipe para alguém que fosse trabalhar de verdade, de que homens deveriam ir no meu lugar em reuniões porque eles poderiam fazer o trabalho com mais facilidade”, relatou sobre o preconceito.
Ela destacou que, por outro lado, foi muito bem recebida pela equipe, o que ajuda a lidar com essas situações machistas. “Mas isso eu tiro de letra, eu decidi que o que importa mesmo é a opinião do meu time e a minha opinião”, afirmou.
Babi já sabe o que quer ganhar de presente no Dia Internacional da Mulher: o troféu da etapa da Stock Car que ocorrerá em Goiânia, em 20/3.
Primeira engenheira de pista
Já Rachel Loh é a primeira mulher engenheira de pista na Stock Car. Ela começou como estagiária em 2005, agora tem atribuições como escolher pneus, definir estratégias de pit stop e orientar o piloto durante a corrida.
“O que eu sentia era uma confusão das pessoas. Não imaginavam que eu era da área técnica, me pediam boné achando que eu era do marketing. As pessoas ficavam assustadas quando eu falava que era engenheira”, contou Rachel.
Ela afirma que desde a faculdade “apanhou muito” e isso a preparou para a Stock Car, no entanto, a cobrança maior vem dela mesma.
“Eu sempre me cobrei muito, porque quando uma mulher erra o peso é quase que dobrado”, disse. “Eu achava que se eu errasse as pessoas iriam achar que o meu lugar não era ali”, complementou.
Outros destaques
Outras mulheres que se destacam são Luciana Cassolato Barcik, fundadora da equipe Shell V-Power, Michele Pereira, gerente de produção da Vicar, e Andrea Simi, especialista em gestão de patrocínios na Stock Car.
Em 2020, Luciana Cassolato Barcik incentivou o marido, Joselmo Barcik, a deixar o emprego de engenheiro de outra equipe para fundar ao seu lado a Shell V-Power. Além de fundadora, Luciana também é a responsável pelos patrocínios.