Após racismo, Hamilton indaga atenção dada para “vozes antigas” da F1
Falando pela primeira vez com a imprensa após ser chamado de “neguinho” por Piquet, Lewis afirmou que ninguém deve deixar racismo de lado
atualizado
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Em preparação para a disputa do GP da Grã-Bretanha, em Silverstone, Lewis Hamilton falou pela primeira vez com a imprensa após ser chamado de “neguinho” por Nelson Piquet e defendeu que “vozes antigas” da Fórmula 1 deixem de ter plataforma para expressar ideias retrógradas. A declaração do piloto da Mercedes foi dada nesta quinta-feira (30/6), pouco depois de Bernie Ecclestone, ex-chefão da Fórmula 1, dizer que ele deveria ter “deixado de lado” a situação com Piquet.
“Eu não sei por que nós continuamos dando plataforma a essas vozes antigas, porque eles estão falando sobre o nosso esporte e estamos olhando para um local completamente diferente. E isso não representa, eu acho, o que nós somos como esporte agora e onde nós estamos planejando chegar”, comentou o britânico.
“Essas vozes antigas, seja consciente ou inconscientemente, não concordam que pessoas como eu, por exemplo, devem estar em um esporte como esse, não concordam que mulheres estejam aqui”, completou.
Hamilton não chegou a mencionar o nome de Piquet ou Ecclestone, mas fez um comentário relacionado ao que foi dito pelo influente dirigente britânico. “Ninguém deveria ter que deixar racismo de lado, e não cabe a mim deixar isso de lado”, disse. “Não é sobre uma situação individual, é sobre um panorama mais amplo. Estou aqui firme e forte, tentando promover a diversidade”, concluiu.
Lewis Hamilton foi chamado de “neguinho” por Nelson Piquet em um vídeo de 2021 que ganhou repercussão durante o último final de semana. O termo racista foi utilizado pelo ex-piloto brasileiro enquanto ele comentava o acidente envolvendo Hamilton e Max Verstappen no GP da Grã-Bretanha do ano passado. “O neguinho meteu o carro e não deixou (Verstappen desviar). O neguinho deixou o carro porque não tinha como passar dois carros naquela curva” disse Piquet no vídeo.
O comentário repercutiu negativamente em todo o mundo. Nesta quinta-feira, Bernie Ecclestone se manifestou sobre o assunto, em entrevista ao programa “Good Morning Britain”, e minimizou o caso, dizendo que a fala não lhe parece tão terrível a ser dita no Brasil, concordando com o argumento utilizado pelo próprio Piquet ao pedir desculpas para Hamilton. O ex-piloto brasileiro se defendeu dizendo que usou o termo no sentido de aquele “cara” ou “pessoa”.
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