“Nada provado”: Augusto Melo mantém cautela sobre possível corrupção
Presidente do Corinthians diz que não coloca a mão no fogo por ninguém e nega relação com intermediária de contrato
atualizado
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Em entrevista coletiva à imprensa, Augusto Melo, presidente do Corinthians, comentou as acusações de uma possível corrupção dentro do clube Alvinegro. O assunto vem à tona após a Vaidebet, ex-patrocinadora master do clube, rescindir com o time paulista alegando um “escândalo envolvendo a diretoria”.
“Não existe nada provado. Existe o que vocês (jornalistas) falaram que é alguém daqui saindo. É isso o que mais me chateia: traição. Isso chama-se traição. Errei? Errei. Errei de colocar certas pessoas aqui dentro, mas estamos colocando de novo na rota. E sempre deixei claro: amigo meu será do portão do Parque São Jorge para fora. E provei para vocês. Por mais que fosse amigo meu na época, não tem a competência para estar aqui dentro? Não estará aqui dentro. O que estão aqui hoje são de verdade e tem competência”, disse Augusto Melo.
“Agora, não julguem ninguém sem provas. Isso vocês (jornalistas) colocaram na mídia. Uma situação que a polícia está verificando. Primeiro: quem colocou. Segundo: quem está envolvido. E o nosso compromisso é com o Corinthians e sempre vai ser. Sempre fomos muito transparentes. Marcelo Mariano está no clube há muitos anos, é um diretor administrativo competente e passa por todos os departamentos. É a função dele. Enquanto não se prove nada. Não existiu nenhum requerimento sequer. Existiram ameaças. Se eu coloquei lá, é de minha confiança, mas não colocaria a mão no fogo por ninguém, mas se está lá, dou autonomia e confiança… Aqueles que divulgaram serão processados criminalmente.”
Augusto Melo também negou qualquer relação com Alex Cassundé, dono da Rede Social Media Design. A empresa teria sido a responsável por intermediar o contrato entre a Vaidebet e o Corinthians e por isso teria R$ 25,2 milhões a receber. Cassundé fez parte da equipe de comunicação de Augusto Melo durante a campanha à presidência do clube.
” Eu o vi duas vezes. A primeira vez fui fazer uma live na agência dele. Cheguei lá, uma grande estrutura, Vilaron e Sérgio me levaram. E a segunda foi na transição. Nunca falei por telefone, se eu vir aqui talvez nem conheça. Parece que já cruzou algumas vezes e não conheci, me falaram. Nunca convesei, nunca tomei café, nunca almocei e nunca jantei. Não tenho nenhuma relação”, afirmou.
A Polícia Civil de São Paulo investiga possíveis desvios do valor recebido pelo Corinthians no acordo com a empresa. Além disso, o Conselho Deliberativo do clube paulista apura os fatos.
Confira a coletiva de Augusto Melo na íntegra:
Entenda a saída da Vaidebet
Patrocinadora máster do Corinthians, a Vaidebet rescindiu unilateralmente o contrato com o clube na sexta-feira (7/6). A decisão vem após uma investigação sobre um possível caso de corrupção envolvendo uma intermediária do contrato entre o Timão e a casa de apostas.
A Vaidebet havia enviado uma notificação extrajudicial ao clube paulista no último dia 27 de maio solicitando esclarecimento sobre denúncia de corrupção envolvendo o contrato do time com a empresa. Na nota, a patrocinadora ressalta a existência de uma cláusula anticorrupção existente no acordo entre as partes e ameaçou romper contrato com o Timão caso a situação não fosse resolvida.
As respostas enviadas pelo Corinthians para os questionamentos da notificação teriam sido considerados insuficientes pela patrocinadora.
Na notificação, a Vaidebet reforçou que, caso se comprovassem verdadeiro, os fatos citados violariam diretamente a cláusula anticorrupção presente no contrato com o clube e pedia explicações em até 10 dias.
O contrato entre a patrocinadora e o Corinthians foi assinado no início de 2024 e tinha validade até o final de 2025, no valor total de R$ 370 milhões..
“A vinculação do nome da VaideBet com o presente escândalo envolvendo a diretoria do Corinthians e a intermediadora tornam a presente relação contratual excessivamente onerosa para o patrocinador, na medida que vincula a marca a uma situação negativa, causando desprestigio, potencial prejuízo e risco de baixo retorno do investimento realizado na entidade desportiva”, afirmou a empresa na notificação.