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Atletas brasileiras pedem mais igualdade, segurança e apoio no esporte

Jovens atletas identificaram três desafios: baixa representação de mulheres em cargos de gestão esportiva, falta de espaços segros e racismo

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UN Women/Rossana Fraga
Atletas posam lado a lad com braços cruzados - Metrópoles
1 de 1 Atletas posam lado a lad com braços cruzados - Metrópoles - Foto: UN Women/Rossana Fraga

Pela primeira vez na história, as Olimpíadas tem um número igual de atletas masculinos e femininos competindo. Segundo a ONU Mulheres, os jogos em Paris fazem parte de um momento de atenção crescente ao esporte feminino.

A agência afirma que sete em cada 10 pessoas assistem esportes femininos, mas a modalidade ainda detém uma participação média baixa na cobertura da mídia esportiva, que chegou a apenas 16% em 2022.

Luta diária contra preconceito e sexismo

Para lidar com esta realidade, um programa da ONU Mulheres e do Comitê Olímpico Brasileiro (COI), envolvendo o Brasil e a Argentina capacitou meninas atletas para identificar barreiras e propor soluções.

Rebeca Cristina Cassiano dos Anjos, do Rio de Janeiro, no Brasil, foi uma das participantes da atividade. Ela começou a nadar aos quatro anos de idade. No entanto, a jovem considera que permanecer no esporte representa “uma luta diária contra o preconceito, o sexismo, a falta de patrocínio e incentivo”.

Agora com 19 anos, Rebeca afirmou que “as desigualdades começam desde a infância”. Segundo ela, as meninas “recebem bonecas e utensílios de cozinha e espera-se que aprendam a se dedicar à casa e à família, enquanto os meninos recebem bolas de futebol e se matriculam em programas esportivos”.

A atleta aponta para a “falta de espaços seguros para a prática de esportes e o cuidado e trabalho doméstico que ocupam uma quantidade significativa de tempo para meninas e mulheres”.

Para a jovem brasileira, devido a visões sexistas, as atletas femininas têm menos apoio e investimento para entrar ou permanecer no mundo esportivo.

Incentivo à incidência política

A ONU Mulheres menciona que 80% das CEOs femininas do ranking “Fortune 500” praticaram esportes em seus anos de formação. No entanto, aos 14 anos, as meninas abandonam o esporte duas vezes mais do que os meninos.

Rebeca esteve no grupo de 15 jovens do Brasil e outras 30 da Argentina que concluíram recentemente o programa patrocinado pela ONU Mulheres e pelo COI. Sob a iniciativa “OWLA Participate”, elas expandiram habilidades de comunicação e incidência política.

As participantes também se reuniram com vários tomadores de decisão de alto nível no ecossistema esportivo para abordar os principais desafios e propor estratégias para expandir o acesso de meninas e mulheres ao esporte.

As jovens atletas identificaram três desafios principais, que são a baixa representação de mulheres em cargos de gestão esportiva, falta de espaços seguros para meninas e mulheres no esporte e racismo.

Espaços seguros

As participantes do projeto enfatizaram a importância de criar espaços física e emocionalmente seguros para as meninas acessarem e permanecerem no esporte nas Vilas Olímpicas e outras instalações públicas.

Em uma reunião com funcionários do Ministério da Mulher do Brasil, as jovens líderes do “OWLA Participate” apresentaram e discutiram suas propostas com funcionários do governo, incluindo ações de combate ao racismo no esporte.

A representante interina da ONU Mulheres no Brasil, Ana Carolina Querino, disse que “é hora de finalmente quebrar o padrão de desigualdade de gênero e exigir investimento, igualdade de oportunidades, mais visibilidade para os esportes femininos e o fim do assédio e abuso”.

O projeto da agência teve duração de dois meses e contou com o apoio da ONG local Empodera.

Para ler a reportagem completa acesse ONU News, parceiro do Metrópoles.

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