Apesar de benefícios, quarentena expõe questões delicadas dos eSports
Período de distanciamento social teve streamer sendo banido e até jogador profissional se afastando para cuidar da saúde mental
atualizado
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Com a possibilidade de ter competições disputadas de maneira remota, os esportes eletrônicos sofreram poucas alterações em relação a calendário, mesmo com a pandemia do novo coronavírus. Em diferentes níveis, entretanto, a quarentena tem mostrado questões delicadas em relação aos eSports. Casos marcantes como o do dinamarquês Lukas “Gla1ve”, que se afastou das competições de CS:GO para cuidar da saúde mental, e o banimento de Zenon, mostraram que nem tudo são flores no universo cibernético.
O caso de Zenon, streamer de Fortnite de apenas nove anos de idade, entretanto, expõe dois lados da história. Apesar do banimento por parte da Epic Games, produtora do jogo, por “não ter idade suficiente para desempenhar a função de streamer”, a comunidade se uniu em defesa da criança que, posteriormente, teve o banimento revisto e cancelado.
O que ocorreu posteriormente, no entanto, é que explicitou o quão tóxica a comunidade também pode ser. Usuários das redes sociais promoveram uma enxurrada de denúncias ao perfil do streamer, alegando justamente que ele não teria a idade mínima para usar as plataformas. O detalhe é que as redes sociais de Zenon, cujo nome é Vitor Hugo da Fonseca, são controladas pelo pai dele.
“As pessoas não aceitam que ele chegou nesse patamar apenas com nove anos. Mais de duas mil pessoas assistem a ele jogar na Twitch, tem muitos seguidores. As pessoas não aceitam que não conseguiram chegar aonde ele chego e acabam denunciando ele por causa disso”, detonou Rodrigo da Fonseca, em entrevista ao GloboEsporte.com.
Problemas no CS:GO
Parte de um dos maiores times da história do CS:GO, o dinamarquês Lukas “Gla1ve” surpreendeu ao anunciar que estaria dando uma pausa na carreira. Segundo o jogador da Astralis, ele se afastará das competições por tempo indeterminado seguindo recomendação médida. O tetracampeão mundial do game de FPS apresentou sintomas de estresse e burnout.
“Por um longo período, sinto sintomas de estresse e burnout. Meus colegas de equipe e a organização Astralis tentaram muitas coisas diferentes para me ajudar a superar isso. Mas, como ainda está acontecendo, meu médico e eu decidimos que preciso de um descanso”, revelou.
Foi também durante o período de distanciamento social que a comunidade do CS:GO teve mais detalhes da morte de Matheus “brutt”. Apesar do falecimento ter ocorrido em dezembro de 2019, foi só em abril que a mãe dele, Cristiane Queiroz, deu a versão dela para o que teria ocorrido com o player ex-Team Reapers e Imperial. Em carta aberta, ela acusou as organizações de negligenciarem o cuidado ao filho, que morreu aos 19 anos.
As acusações contra as equipes, inclusive, renderam uma investigação por parte do Ministério Público do Trabalho sobre as condições oferecidas pelas equipes, conforme informou o portal Draft5, especializado na cobertura do CS:GO.