Aos 55 anos, fisiculturista do DF vence torneio e disputará o Arnold em 2022
Francisco Watson disputou sua última competição em 1989 e só voltou aos palcos em 2021, vencendo evento em Brasília
atualizado
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O brasiliense Francisco Toledo Watson é um daqueles exemplos de força de vontade, independente da idade. Aos 55 anos e sem competir desde 1989, o atleta do Distrito Federal voltou aos torneios e foi campeão de um evento em Brasília.
Conheça um pouco da história e da rotina do fisiculturista, que em 2022 disputará o Arnold, um dos principais shows da modalidade no mundo.
Retorno e desafio
Watson pratica fisiculturismo há mais de 30 anos. Com 24, participou de sua primeira competição. Desde então mantém um estilo de vida saudável e de muito treino, mas deixou de disputar torneios de fisiculturismo.
Aposentado e com 55 anos, o administrador de empresas resolveu voltar ao nível competitivo, disputando o Classic Contest, torneio organizado pela National Physique Committee (NPC), em Brasília, no fim de julho. E a motivação: o desafio.
“Sempre me mantive treinando, treino sempre seis vezes na semana e mantenho uma condição física muito boa, desde os 19 anos. O que me motivou a retornar foi o desafio. O desafio de aos 55 anos subir e subir bem ao palco. Acho que o ser humano é movido a desafio, e o dia que o ser humano perde o desafio, ele perde um pouco o sentido da vida”, revela.
No topo
No formato de competição, os jurados julgam critérios como simetria, nível de definição e volume muscular. As poses e a desenvoltura na hora da apresentação ao júri e ao público também contam pontos.
Watson não só venceu o show, nova alcunha dos torneios de fisiculturismo, como foi elogiado nominalmente por Johann Schutz, diretor de arbitragem do certame, pela condição física espetacular para um atleta com quase 56 anos.
O brasiliense conquistou o primeiro lugar na categoria Bodybuilder Master 2 (acima de 55 anos) e a terceira posição na Master unificado, para competidores com idade acima de 35 anos.
O excelente resultado garantiu a Watson a participação na etapa Sul-Americana do Arnold Classic, em abril de 2022 em São Paulo, um dos maiores shows da modalidade no mundo.
Rotina
Mesmo aposentado, Watson tem uma vida ativa e conta ao Metrópoles como mantém a rotina de atleta de fisiculturismo.
“Para competir, eu treinava as 5h30 da manhã. Sempre acordava às 4h, todos os dias, para fazer minha refeição inicial. Fazia duas horas e meia de treino, todos os dias. Minha rotina de treino era essa, antes de me aposentar tinha que estar às 8h no trabalho. É interessante falar, porque as pessoas dizem que não têm tempo, mas tempo é a gente quem faz”, diz.
Na alimentação, Watson faz cinco refeições por dia, em média. No descanso, tenta dormir sempre por volta de 22h, para acordar com disposição para voltar à rotina de treinos no dia seguinte.
Conselho
Já veterano no esporte, Watson dá dicas para quem quer começar ou seguir carreira na modalidade. Ele conta que o cenário do Distrito Federal é bastante promissor, com muitos atletas de alto nível e com mais pessoas aderindo ao esporte, mas que os profissionais esbarram na falta de apoio, principalmente financeiro.
“Você pode não conseguir definir o seu corpo em um curto espaço de tempo, mas você tem que começar. A partir do momento que você leva a sério, vai obtendo resultados. Não tenha pressa de construir o seu corpo. A maturidade muscular não vem da noite para o dia. O conselho que dou é não se apegar a fórmulas milagrosas. Não tem segredo: é treino, alimentação e descanso”, aconselha Watson.
Agora, o brasiliense se prepara para mais um show antes de participar do Arnold, no ano que vem. Em novembro, participará do evento Muscle Contest Brasília. “O mais importante é você ter uma qualidade de vida melhor. Você aprende a cuidar do corpo, o que inicialmente é o principal fator. Costumo dar um exemplo de uma competidora em Santa Catarina que competiu aos 80 anos. Com quase 56, disputei uma competição com atletas de alto nível de 40, 45 anos. Nossa idade nunca será limitador para nada”, finaliza.